O próximo dia 4, um domingo, será marcado pela polêmica na zona sul do Rio. Enquanto a Marcha da Maconha acontecerá em Ipanema, a orla de Copacabana sediará a “contramarcha”. Batizada de Marcha da Família, a passeata deve reunir representantes públicos e integrantes da Igreja Católica. O “contramanifesto” é organizado pela vereadora Sílvia Pontes (DEM).
A Marcha da Família também terá camisetas promocionais inspiradas na brincadeira “vô, não vou”, em referência à passeata da maconha. “Tem que parar com esse negócio de que maconha não faz mal. Isso é o estupro da sociedade carioca. Duvido encontrar alguma mãe com o filho na passeata da maconha”, afirma.
A vereadora conta que vai convocar adeptos na missa de domingo da Igreja Santo Afonso, na Tijuca. Sílvia, no entanto, criticou a detenção de jovens que distribuíam material de divulgação da Marcha da Maconha na madrugada de segunda-feira.
O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP) defendeu a “contramarcha”: “família nenhuma é a favor da maconha. O protesto, na verdade, vem de um pequeno grupo de vagabundos que querem impor seus interesses”.
Reclamações
O estudante Flávio Ferreira, 24 anos, detido em Laranjeiros com quatro amigos que distribuíam panfletos sobre a Marcha da Maconha, reclamou da atuação da polícia. “Indiciaram a gente por apologia. Nós deveríamos ter liberdade de expressão. Estamos preocupados com o que pode nos acontecer agora, no trabalho, porque sabemos que o preconceito ainda é muito grande”, disse.
O deputado federal Fernando Gabeira (PV), que já defendeu a legalização da droga, informou que não participará da passeata este ano. O deputado estadual Alessandro Molon (PT), potencial adversário de Gabeira na disputa da prefeitura, discorda da bandeira da marcha, mas afirmou que a prisão dos jovens foi arbitrária.
Fonte: Terra