O bispo primaz Maurício José de Andrade (foto), da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, considerou ser um “avanço” o reconhecimento do STF (Supremo Tribunal Federal) da união estável homoafetiva.
A Anglicana é única das grandes denominações religiosas a manifestar apoio à decisão do STF, cujos ministros têm sido acusados pela CNBB e por líderes neopentecostais, como Silas Malafaia, de extrapolar o seu poder.
Em texto publicado no site da igreja, Andrade afirmou que a decisão do STF demonstra “comprometimento com a dignidade humana” e com “a luta contra a discriminação”.
“A deliberação do Supremo Tribunal interrompeu a perpetuação de situações discriminatórias, preconceituosas ou desigualitárias fundadas nas preferências sexuais das pessoas. Entendeu a Suprema corte que tais tratamentos afrontam o objetivo constitucional de promover o bem de todas as pessoas e colidem com o princípio áureo da dignidade humana esculpido em nossa Carta Magna.”
À imprensa, o bispo disse que os ritos da igreja no Brasil não preveem a celebração de casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas admitiu que poderá haver uma “ampla discussão interna sobre essa questão”.
Nos Estados Unidos, a Anglicana tem ordenado sacerdotes homossexuais, incluindo bispos. Seus sacerdotes não estão obrigados ao celibato.
A comunhão anglicana levantou a sua primeira igreja no Brasil em 1810 como parte de um acordo comercial firmado entre o Brasil e a Inglaterra. Foi preciso a interferência do governo da Inglaterra porque nas vezes anteriores que a denominação tentou se instalar no Brasil foi impedida pela Igreja Católica.
Atualmente, a Igreja Anglicana tem no Brasil 75 mil fiéis, a maioria no sul.
Fonte: Paulopes