O Arcebispo de Melbourne, D. Denis Hart, condenou o anúncio do primeiro-ministro, Steve Bracks, do estado de Vitória, na Austrália, ao manifestar a intenção do governo estatal de apresentar uma lei que permite a clonagem «terapêutica» de embriões humanos, lei esta já em preparação.
Sublinhando que a clonagem de embriões está em “total oposição” com a Igreja, o arcebispo de Hart esclareceu, numa declaração pública, que a clonagem de embriões é “sempre imoral” e que fará um pedido pessoal a Bracks, católico, para que deixe o projeto. No entanto, o primeiro ministro disse já que seu catolicismo não o dissuadiu de levar adiante a lei.
O diário australiano «The Age» informou, a 13 de Março, que a ex-ministra do Estado, Christine Campbell, católica do Partido Trabalhador, também se opôs à lei numa reunião do Governo.
Christine Campbell e sua companheira de partido, Tammy Lobato, organizaram um fórum com o objectivo de informar os deputados sobre o tema antes de votarem a proposta.
“Quero que Vitória esteja entre os cinco primeiros lugares em biotecnologia internacionalmente, mas nunca se deveria criar vida humana para destruição deliberada”, adiantou Christine Campbell.
O bispo auxiliar de Melbourne, D. Christopher Prowse, afirmou que a comunidade não deveria apoiar tal iniciativa. “Penso que as pessoas que formam a comunidade, nas nossas ruas e bairros e nas nossas paróquias, se pensarem que o Governo caminha nessa direcção, vão sentir-se angustiadas”.
A legislação proposta, que se baseia numa lei aprovada pelo Parlamento Federal em Dezembro passado, permite aos pesquisadores clonar embriões humanos para a pesquisa médica através da transferência de células do núcleo, normalmente conhecida como clonagem terapêutica. Não permite no entanto, que os pesquisadores unam um óvulo com esperma para criar um embrião.
Fonte: Agência Ecclesia