A participação das igrejas na proteção ambiental no Brasil foi tema de conferência promovida na manhã de ontem no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves, na Cidade da Esperança. O evento contou com a presença de um dos diretores internacionais da ONG humanitária cristã Visão Mundial. A Organização atua em mais de 90 países e atende a cerca de 1,5 milhão de crianças.
Uma proposta diferente apresentada durante a palestra foi mostrada pelo professor Paulo César Pereira, pastor da igreja batista de Bultrins. A igreja é uma comunidade cristã que chama a atenção pelo aspecto arquitetônico: seu templo não tem portas nem janelas, o que sinaliza a integração entre igreja e comunidade. É comum que pessoas da comunidade sem moradia durmam nas dependências do templo.
Temas como Reforma Urbana, Políticas Públicas ambientais e Controle Social, Igrejas e a agenda ambiental e Mobilização Comunitária foram abordados nos debates. A conferência também debateu o papel da igreja nas grandes cidades. O objetivo foi estudar o real panorama do contexto de meio-ambiente urbano para que as igrejas possam discernir sua missão numa sociedade pós-moderna.
Apesar dos cerca de 700 templos protestantes em Natal, ainda é pouco expressiva e desarticulada a atuação das igrejas da capital nas questões ambientais. Essa é a opinião do coordenador do curso de Ciências Sociais da UFRN e pastor Orivaldo Junior. ‘‘É nossa responsabilidade contribuir para a solução de tão sério problema, tanto pelos plenos direitos de exercício da cidadania, como pelo nosso dever como cristãos, preservando o ambiente e todos os seus recursos naturais’’, disse o pastor.
‘‘Reconhecemos que o assunto é de alta complexidade; que muitos danos ambientais ocorridos e em progresso no Brasil são irreversíveis e que esses problemas têm assumido consequências mais drásticas nos países em desenvolvimento, com sérios prejuízos à saúde das populações’’, afirmou o vereador Osório Jácome, integrande da coordenação do evento. ‘‘É necessário que tenhamos uma visão integral do problema, principalmente no que diz respeito à rígida observação das políticas públicas’’, completou o vereador.
Fonte: Diário de Natal