A Igreja Episcopal de St. Alban ousou em sua forma de demonstrar preocupação com os menos favorecidos e mandou instalar uma estátua de um homem deitado num banco, na frente do templo. Chamada de “Jesus Sem-Teto”, a estátua causou polêmica no bairro, que é formado por casas de alto padrão.
A peça, feita de bronze, custou o equivalente a R$ 50 mil, e mostra Jesus encolhido debaixo de um cobertor. O artista plástico responsável pela obra deixou apenas uma pista da identidade do sem-teto: as feridas nos pés causadas pela crucificação.
O impacto da obra foi imediato, e uma moradora desavisada – e provavelmente preocupada com a segurança do bairro – chamou a Polícia para prender o homem deitado no banco da igreja. “Uma mulher da vizinhança chamou a polícia quando o viu, pensando ser um morador de rua real. Isso mesmo: alguém chamou a polícia para prender Jesus!”, afirmou David Boraks, editor do site Davidson News.
Segundo o jornalista, um vizinho da igreja escreveu para a redação do site pedindo que levassem o indigente para longe do bairro.
Já o pastor responsável pela igreja, David Buck, 65 anos, diz que a estátua não vai a lugar nenhum: “Isso dá autenticidade à nossa igreja. Esta é uma instituição relativamente influente e precisamos lembrar que a nossa fé se expressa na preocupação ativa com os marginalizados da sociedade”, pontuou.
De acordo com Buck, a escultura pode ser interpretada como uma tradução visual da passagem no Evangelho de Mateus, quando Jesus diz discípulos que “como você fez isso a um de meus irmãos, você fez isso para mim”.
“Além disso, é uma boa lição da Bíblia para aqueles acostumados a verem Jesus representado na arte religiosa tradicional como o Cristo de glória, entronizado em elegância. Acreditamos que esse é o tipo de vida que Jesus tinha. Ele era, em essência, um morador de rua”, completa o pastor.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+