O Ministério de Assuntos Exteriores israelense desmentiu hoje informações, publicadas por um jornal de Londres, de que Israel elaborou um plano secreto para destruir instalações do Irã destinadas a enriquecer urânio para produzir armas atômicas.
O porta-voz do ministério, Mark Reguev, esclareceu à imprensa, após a reunião semanal do conselho de ministros, que Israel deseja que o conflito sobre o programa nuclear da República Islâmica do Irã seja resolvido pela via diplomática, segundo a resolução 1737 do Conselho de Segurança da ONU.
“Israel, atualmente, apóia plenamente as ações diplomáticas e a implementação dessa resolução”, que impõe sanções ao Irã por se negar a suspender um programa que pode levar o país a fabricar armas nucleares.
“Se a diplomacia for bem-sucedida o problema poderá ser resolvido de maneira pacífica””, acrescentou Regev.
A porta-voz do Governo israelense, Miri Eisin, se limitou a dizer aos jornalistas que “não comentamos histórias como a do jornal “Sunday Times””.
O ministro para Ameaças Estratégicas, Avigdor Liberman, também não quis se pronunciar a respeito. Ele é encarregado de acompanhar o desenvolvimento do programa atômico que, segundo o Irã, tem como objetivo o uso pacífico da energia atômica.
O atual Governo iraniano, liderado pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, é considerado o principal inimigo potencial de Israel.
Ahmadinejad reiterou publicamente nos últimos meses que “Israel deve ser riscado do mapa” e é visto como um aliado das milícias islâmicas do Hamas nos territórios palestinos e do Hisbolá no Líbano.
Segundo o “Sunday Times”, Israel, a única potência atômica do Oriente Médio, treina há muito tempo dois esquadrões da Força Aérea para bombardear com munição convencional e “pequenas bombas nucleares” as instalações iranianas de Natanz, destinadas ao enriquecimento de urânio.
O “Sunday Times” denunciou em 1986 o poderio nuclear de Israel, com base em informações sobre o reator de Dimona fornecidas pelo ex-técnico israelense Mordechai Vanunu.
Em 1981, a aviação israelense destruiu o reator atômico do Iraque (Osirak), a 18 quilômetros de Bagdá.
A deputada pacifista Zahava Gal-On, do Meretz, na oposição, pediu hoje que o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, desmentisse as notícias de que Israel planeja um ataque contra o Irã.
“Israel não pode estar planejando outra aventura para se complicar depois da guerra (de julho e agosto de 2006) no Líbano, e se comportar como xerife do mundo”, afirmou. Para ela, “o caminho da diplomacia é o único” para dissipar o suposto perigo iraniano.