O jornalista Tony Goes, especializado em televisão e colunista da seção F5, do jornal Folha de S. Paulo, escreveu artigo analisando a polêmica reportagem do Domingo Espetacular sobre o fenômeno “cair no espírito”, veiculada no último domingo.
No artigo, Goes afirma ter tomado uma “dose extra de pachorra” para assistir a reportagem, que segundo ele “quebrou regras básicas do jornalismo” ao não mostrar depoimentos de pessoas ou fiéis que defendam a prática.
Para o jornalista, o motivo de a Record ter exibido a reportagem é a perda de fiéis que a Igreja Universal do Reino de Deus vem enfrentando. Citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Tony afirma que “estamos assistindo a uma guerra entre líderes evangélicos, e a razão é óbvia: o IBGE apontou, nos dados de seu último censo, que a Igreja Universal do Reino de Deus perdeu nada menos do que 24% de seu rebanho entre 2003 e 2009”, e que “mesmo com seu império midiático, a IURD manteve apenas três de cada quatro fiéis conquistados no início da década passada. É uma sangria e tanto”.
Prevendo que a disputa dure muito tempo, Goes acredita que “esta guerra está só começando, e vai sobrar tiro para todo lado”.
Para ele, a emissora coloca em risco toda a credibilidade que tenha com seus telespectadores. “Ao se propor a ‘desmascarar’ o ‘cai-cai’, a Record envereda por um caminho perigosíssimo. Para um não-crente, esta nem de longe é a prática mais questionável das igrejas evangélicas. Quando ataca diretamente suas rivais (apesar de não citar nomes), a IURD expõe um flanco vulnerável, que pode por em risco todo o movimento pentecostal, tanto o neo como o antigo”.
Fonte: Gospel+