Uma nova forma de religiosidade cresce entre jovens brasileiros. São os crentes sem religião, que valorizam a fé, mas sem se vincularem a uma igreja.
Pesquisa do teólogo Jorge Cláudio Ribeiro, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ainda inédita e que será apresentada no livro “Religiosidade Jovem”, indica que, de 520 universitários entrevistados, de 17 a 25 anos, 32% são “jovens sem religião”.
O tema é assunto de comportamento da revista IstoÉ desta semana, com chamada de capa para a matéria “A fé da juventude”, do repórter Rodrigo Cardoso. Dos jovens sem religião da pesquisa de Ribeiro, 12,2% se declararam agnósticos ou ateus e 19,8% crentes sem religião.
A novidade reside precisamente nos crentes sem religião. “O espírito buscador do jovem não procura uma instituição religiosa que o enquadre, mas uma doutrina onde ele se encontre”, declarou a antropóloga Regina Novaes para a IstoÉ.
A concepção de que a fé só poderia ser vivida dentro de uma religião ou de uma igreja passa a ser questionada pela juventude. Ribeiro verificou, na pesquisa, que para o jovem brasileiro ter fé é mais importante do que seguir uma doutrina.
Segundo matéria da IstoÉ, “os símbolos religiosos, antes difundidos na igreja e no âmbito familiar, circulam mais por outras áreas de domínio público”, como blogs, camisetas, feiras, na moda.
Para Regina Novaes, “na juventude é o momento de se experimentar. E, hoje, também se experimenta religião”. Sem dúvida, um desafio para as igrejas históricas, pentecostais, neopentecostais, na busca de jovens para suas fileiras.
Fonte: ALC