O ex-locutor de rodeios, Asa Branca, está no pior momento da sua vida. Portador do vírus HIV, atualmente ele também luta contra um câncer terminal em sua mandíbula e a situação difícil tem lhe feito refletir sobre o passado, ao ponto de se arrepender de algumas coisas, como o abuso de drogas e o uso dos animais para entretenimento.
“Se fosse para ser um animal, não queria ser o de rodeio. Todo dia, antes de dormir, eu peço perdão para Deus se eu incentivei a maltratar os animais. Hoje, não sou a favor, nem contra. Mas não vou mais brigar, nem usar o meu nome para defender. Porque quem tem que dizer são os médicos-veterinários. E a maioria é contra”, afirmou.
A declaração do homem que já foi considerado o maior locutor de rodeios do Brasil foi dada em uma entrevista para o jornal Folha de S. Paulo. Hoje, aos 57 anos e travando uma batalha contra o câncer, a visão de Asa Branca é bem diferente do passado. Ele acredita que está sofrendo as consequências dos seus erros.
“Estou pagando toda a dor que causei e incentivei os outros a causar nos bichos dos rodeios”, disse ele, segundo a Ana Maria. “Dos rodeios grandes aos pequenos, a festa era de alegria para o público, mas de dor e sofrimento para os bichos. Eu via tudo isso na época, mas não me importava”, destacou.
Asa Branca inovou nos rodeios na década de 90. Ele levou o microfone para o centro das arenas, algo que não existia até então. Descia de helicóptero durante o show e fazia o público vibrar. Conquistou a atenção de políticos e famosos. Namorou modelos e outras personalidades. Chegou à ganhar 300 mil reais de salário por mês, mas se afundou nas drogas e em uma vida desregrada.
“Eu bancava para todos uísque, cocaína e prostitutas.”, disse ele à Veja, lembrando que “cheirava cocaína quase todo dia”, motivo pelo qual ganhou o apelido de “Tim Maia dos rodeios”, uma referência ao falecido cantor brasileiro que também era dependente de cocaína. Assista a entrevista: