Apenas um líder de um grupo religioso cristão permanece preso por “evangelismo”, depois de uma ação sincronizada da polícia em quatro cidades no mês passado. Os outros líderes presos já foram libertados.
Behrouz Sadegh-Khandjani continua sob custódia da polícia em Teerã, onde os policiais alegam mantê-lo sob o pretexto de que ele deve pagar uma dívida exorbitante.
Os membros do grupo religioso arrecadou 30 mil euros (39.743 dólares) para pagar, na semana passada, a fiança de dois líderes presos em Teerã. A fiança dos outros que estavam presos nas cidades de Karaj, Rasht e Bandar-i Anzali foi menor.
A polícia iraniana começou a prender os líderes em suas casas, na manhã do dia 10 de dezembro. Segundo uma fonte, as autoridades os acusaram de evangelismo e de ações contra a segurança nacional do Irã.
As autoridades de Teerã dizem que Behrouz está preso por causa de uma dívida contraída há dois anos, quando ele teria batido um carro alugado que não tinha seguro. Segundo um contato da agência de notícias Compass, a polícia secreta encorajou o dono da locadora de veículos a exigir indenização.
O líder Hamid Reza Toluinia, de Teerã, foi libertado no Natal, depois de seu pai apresentar às autoridades a escritura de uma casa. A irmã de Behrouz, Shirin, foi libertada dois dias mais tarde. Os contatos do Compass não sabem como sua fiança de 30 mil euros foi paga.
O governo da cidade de Rasht libertou Yousef Nadarkhani, Parviz Khalaj e Muhammad Reza-Taghizadeh duas semanas depois de serem presos, aceitando “trabalho voluntário” como fiança.
A cidade de Karaj também aceitou trabalho voluntário como pagamento, libertando Bahman Irani no dia 14 de dezembro, e soltando Behnam Irani e Peyman Salarvand na semana seguinte.
A prisão de Muhammad Beliad, membro do grupo em Karaj, não havia relatada. Ele foi libertado na semana passada.
Seyed Abdolreza Ali Haghnejad, o único membro do grupo preso em Bandar-i Anzali, também foi libertado em 14 de dezembro.
Conferência sobre o Holocausto
Um membro desse grupo desmentiu relatos que afirmavam que seus líderes foram presos por se oporem à controversa conferência iraniana que questionou a existência do Holocausto.
Uma reportagem de 14 de dezembro da agência de notícias Adnkronos Internacional afirmava que os esses líderes achavam que estavam detidos por “criticarem a conferência patrocinada pelo governo”. A prisão deles aconteceu logo após o começo da conferência.
“É verdade que não aceitamos a negação do Holocausto”, disse um membro da igreja. “Mas muitos intelectuais iranianos rejeitam o revisionismo também e eles não são detidos.”
Esse grupo é natural do Irã e tem aproximadamente 600 membros. Ele se descreve como uma comunidade cristã não-denominacional de “evangélicos livres”, embora alguns evangélicos iranianos questionem algumas das doutrinas não-ortodoxas do grupo, que incluem a negação da Trindade.
Enquanto alguns deles ainda estavam na cadeia, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad fez uma rara saudação aos cristãos do Irã na véspera do Natal, desejando-lhes “alegria, saúde e um ano cheio de bênçãos e amor”.
O gesto foi feito um dia depois do Comitê de Segurança da ONU aprovar uma resolução que proíbe o Irã de continuar o programa de enriquecimento de urânio, que pode ser usado para produzir bombas.
Durante o ano passado, o duro regime islâmico do Irã atacou vários grupos cristãos que usavam livros e outros materiais para espalhar sua fé entre a população de maioria muçulmana xiita.
Nos oito incidentes ocorridos em 2006, dos quais se tem conhecimento, ex-muçulmanos que haviam se convertido ao cristianismo foram presos e mantidos sob custódia por diversas semanas. Nos casos mais recentes, eles foram obrigados a pagar altas multas e seus casos permanecera, abertos para possíveis processos criminais.
Sob as leis de apostasia do Irã, qualquer muçulmano que deixa o islamismo em prol de outra religião é passível de pena de morte.
Tradução: Daila Fanny
Fonte: www.portasabertas.org.br