Enviados do Egito e da Jordânia abriram nesta quarta-feira negociações em Israel sobre um plano de paz proposto pela Liga Árabe que prevê a devolução de terras ocupadas em troca do reconhecimento. Os enviados afirmaram esperar criar as condições que levarão à formação do Estado Palestino.
A visita ocorre pouco depois da estréia do ex-premiê britânico Tony Blair como representante do Quarteto (Estados Unidos, Rússia, ONU e União Européia) para o Oriente Médio. Ontem, Blair se reuniu com autoridades israelenses e palestinas e disse ver “possibilidades para a paz”.
A visita dos enviados árabes, que passarão apenas um dia em Jerusalém e Tel Aviv, é a primeira de representantes da liga para promover seu plano de paz. “Estados estendendo a mão pela paz em nome da região inteira, e esperamos ser capazes de criar as condições necessárias para retomar negociações frutíferas e produtivas entre Israel, os palestinos e os Estados árabes”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Abdelelah al Khatib, ao presidente israelense, Shimon Peres.
“É hora de ter paz”, respondeu Peres. O chanceler egípcio, Ahmed Aboul Ghei, e Al Khatib também se encontrarão com o premiê de Israel, Ehud Olmert, e com a ministra das Relações Exteriores israelense, Tzipi Livni.
A iniciativa árabe oferece a Israel relações normais com todos os Estados árabes em troca de uma retirada completa dos territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, da criação de um Estado Palestino e de uma solução “justa” para a questão dos refugiados palestinos.
Israel tentou classificar a chegada dos enviados como um marco na normalização das relações com a Liga Árabe, mas os ministros minimizaram o gesto. A Jordânia e o Egito já têm relações diplomáticas com Israel, e apesar dos apelos israelenses e americanos para expandir o número de participantes árabes nas negociações de hoje, Estados como a Arábia Saudita se recusaram a ir.
Hamas
Também nesta quarta-feira, o braço armado do movimento islâmico palestino Hamas advertiu Israel contra atentar contra líderes do movimento. O braço político do Hamas detém o poder na faixa de Gaza depois de batalhas que levaram à expulsão do rival Fatah para a Cisjordânia e do rompimento do governo de coalizão palestino.
“Se os líderes do Hamas sofrerem algum dano, as Brigadas de Ezzedim al Qassam obrigarão os sionistas a pagar o preço com seu próprio sangue”, afirmou o grupo em um comunicado enviado à imprensa, segundo a agência Efe.
As advertências chegam depois da divulgação de rumores de que Israel prepara o lançamento de uma ofensiva em larga escala contra a faixa de Gaza, com o objetivo de matar o premiê palestino destituído pelo Fatah, Ismail Haniyeh, e outros três destacados líderes islâmicos.
O braço armado do Hamas também se responsabilizou hoje pelo disparo de 12 morteiros contra o sul de Israel. Israel considera o Hamas um grupo terrorista e vem procurando isolar o grupo e fortalecer o Fatah na Cisjordânia.
Fonte: Cinform