O Ministério Público do Estado quer impedir a realização, em Salvador, de um evento chamado “Marcha Maconha Brasil”, programado para acontecer no próximo domingo (4), às 14h, partindo da Praça do Campo Grande. Nesta segunda-feira (28), o MPE ajuizou um pedido de liminar, através da 2ª Vara de Tóxico e Entorpecentes, solicitando a suspensão do evento.
Um dos organizadores da mobilização, o bacharelando em Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Sérgio Vidal, diz que a Marcha quer direcionar a atenção da sociedade para discussões em torno da Lei Antidrogas. O evento está programado para acontecer em outras capitais do país.
Já o Ministério Público informa que o promotor de Justiça Paulo Gomes entende que: “se querem discutir a legalidade da maconha, que tal discussão ocorra nas universidades, nas dependências das casas legislativas, não em praça pública, ao sabor dos 'morrões' acesos, numa atitude ilícita em que envergonha os nossos antepassados e nossos filhos”.
Segundo Vidal, pessoas menores de 18 anos são impedidas de participar da Marcha e os organizadores vetarão o uso de drogas durante a caminhada.
Ainda segundo o site do MPE, a medida do órgão para impedir a Marcha visa combater o crime previsto na mesma lei, segundo a qual, “induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga acarreta pena de detenção de um a três anos, e multa de cem a trezentos dias-multa, além de outras infrações que porventura sejam elucidadas no decorrer das investigações, a exemplo de formação de quadrilha e tráfico de drogas”.
Vidal se defende ainda dizendo que a intenção é promover um diálogo com a sociedade. “Queremos debater de forma aberta e democrática, respeitando cidadania e os direitos humanos, principalmente a diversidade cultural, e não incentivar o uso da droga”, alega.
Fonte: iBahia