O autor Craig Groeschel usa de bom humor, mas sem perder a compostura
Confissões de um pastor (clique aqui para ler o 1º capítulo) é o título perfeito para a história duramente honesta de Craig Groeschel, sobre suas dificuldades como fundador e pastor da Life Church, em Oklahoma (EUA). Desde os primeiros dias como igreja em implantação até o seu vertiginoso crescimento para se tornar uma megaigreja, Groeschel narra não apenas as dificuldades corporativas da igreja, mas inclui seus muitos fracassos e imperfeições como pastor. O livro explora com franqueza o caminho espiritual de um homem através dos desafios do desenvolvimento do ministério, resistindo às tempestades e emergindo do outro lado, não necessariamente vitorioso — mas sentindo o poder de Deus apesar das próprias fraquezas.
Transparência e honestidade são as palavras constantes na rotina de um mercado de idéias sobre disciplina e crescimento espiritual. Como leigos, somos encorajados a explorar essas idéias. Mas esperamos ou desejamos o mesmo de nossos pastores? Aparentemente, não. Mais do que nunca, o clima atual é de desconfiança e suspeita sobre os que são chamados para a liderança da igreja. A nossa expectativa insensata sobre esses servos de Deus é que sejam pessoas fortes, firmes em seu estável e perfeito exemplo de integridade. Deveríamos nos surpreender quando não o são?
Alguns talvez decidam continuar a viver em um estado de ilusão. Afinal, os pastores não devem estar acima de qualquer repreensão? Os leitores do livro de Groeschel pensarão que eles estão longe disso. Qualquer pessoa que ler este livro verá uma imagem dela mesma refletida em cada página — e, mais importante, veremos nossos pastores. Isto pode ser tanto um alívio quanto algo assustador — dependendo de qual lado do muro estejam.
Groeschel abre a caixa de Pandora da luxúria e da pureza sexual lidando com elas de maneira agradável e com senso de sobriedade sem ser provocante ou chocante. Orgulho e arrogância também passam por sua cabeça infame. Falhas no casamento e na paternidade também mancharam a jornada de Groeschel. Quão animador é ouvir que os pastores nem sempre amam as esposas necessariamente como Cristo amou a igreja. E quanto a criar os filhos no temor do Senhor? Em outras palavras, eles são apenas como você e eu. Ocasionalmente vitoriosos — e não raro, falhos.
Escrito em um estilo narrativo vivo, Groeschel recheia a sua história com as lições que aprendeu ao longo do caminho e que repercutem não somente na vida dos pastores, mas na de qualquer cristão que busque crescer na fé.
Groeschel deveria ser elogiado por estar na vanguarda no que diz respeito à quebra de estereótipos e expectativas irreais que colocamos sobre os pastores. Com base nessas Confissões vamos orar para que outros pastores — e por que não todos os cristãos? — sigam sua liderança e sejam intrépidos em admitir suas falhas e fracassos. Nossas igrejas só podem melhorar se aprendermos a “deixar a pose de lado e cairmos na real com Deus”, como recomenda Groeschel.