A suspensão de uma gravidez, designada aborto, é, como o próprio nome indica, a interrupção (espontânea ou provocada) de uma gestação antes do final do seu desenvolvimento normal. Só que o aborto provocado é tipificado como crime contra a vida pelo Código Penal Brasileiro. Seu artigo 128 dispõe que se trata de um crime impunível apenas em duas hipóteses: quando não há outro meio de salvar a vida da mãe ou quando a gravidez resulta de estupro. O artigo 2º do Código Civil Brasileiro estabelece, desde a concepção, a proteção jurídica aos direitos do recém-nascido, e o artigo 7º do Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que a criança tem direito à vida mediante a efetivação de políticas públicas que permitam o nascimento.
Mesmo com todos esses aparatos legais, o Brasil é apontado como o campeão mundial nesse procedimento, pois no país são executados 1,4 milhão de abortos clandestinos por ano, mais do que todos os outros países da América do Sul reunidos. Meninas e jovens entre 10 e 19 anos representam 48% desse total. Esses são dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), feitos por estimativas, que apontam ainda a América Central como o segundo país com alto índice de abortos e, em terceiro, a África.
A pastora Cláudia Guimarães, coordenadora do Projeto “Contra o Aborto, pela Vida”, alerta: “A cada dia, cerca de 140 meninas têm a gravidez interrompida. Como cristãos, devemos nos mobilizar” Diante dessa realidade, como se posiciona a igreja? Não se iluda quem pensa que essa situação não atinge membros de igrejas evangélicas. Adolescentes, jovens e até mulheres de pastores já teriam se submetido a essa prática, condenada pela Bíblia. Um pastor (que não quis se identificar) foi despertado para essa dura verdade. “Já atendi algumas jovens que praticaram o aborto por pressão dos pais. Isso tudo para que a família não fosse apontada pela igreja”, afirma.
Pensando em alertar sociedade e igrejas, acontece, no próximo dia 26, a Campanha pela Vida, Contra a Legalização do Aborto no Brasil'. “A cada dia, cerca de 140 meninas têm a gravidez interrompida. A cada hora, seis adolescentes entram em processo de aborto, e a cada 17 minutos, uma jovem se torna mãe no Brasil. Como cristãos, devemos nos mobilizar”, afirma a pastora Cláudia Guimarães, coordenadora do evento a ser realizado na Praia de Copacabana, na altura do porto 2, a partir das 10h.
“Como cristãos e brasileiros estamos acostumados a reclamar, reinvidicar, exigir, determinar, e tudo isso até com Deus. Mas na hora de se posicionar, a grande maioria corre, na hora de clamar por justiça, na hora de Deus contar com as nossas vidas, onde estamos? Acomodados e encastelados em nossas próprias necessidades e interesses. Mobilize grupos, vá vestido de branco, leve faixas e cartazes com frases pela vida e contra o aborto legalizado. Uma geração conta com você! Vamos levantar a voz por uma geração que não tem como se defender no ventre materno”, convida.
No Brasil, a cada 1.000 adolescentes grávidas, 32 abortam. Dados do Fundo das Nações Unidas para a População (FUNUAP) mostram que em conseqüência de complicações, morrem por ano nos países da América Latina, inclusive no Brasil, seis mil mulheres, consistindo na terceira causa da morte materna, depois das hemorragias e da hipertensão. Com esse quadro pouco conhecido pela Igreja de Cristo, não é possível ficar alheio e parado. É preciso fazer mais campanhas pela vida.
Cláudia Guimarães, coordenadora do Projeto
“Contra o Aborto, pela Vida”
Fonte: Elnet