O governo chinês se comprometeu a oferecer serviços religiosos aos estrangeiros durante os Jogos Olímpicos de 2008 e de, no futuro, desenvolver uma relação positiva num país oficialmente ateu, disse um alto funcionário para assuntos religiosos no último dia 17 de outubro.
As informações foram reveladas em uma reportagem escrita por Michelle Vu, correspondente da Christian Today. Segundo ela, atletas religiosos e turistas estão na expectativa de que suas necessidades espirituais sejam plenamente atendidas.
De acordo com a agência de notícias Reuters, Ye Xiaowen, diretor-geral para Assuntos Religiosos, disse durante o 17º Congresso do Partido Comunista: “Os serviços religiosos que nós ofereceremos não serão inferiores ao nível de qualquer outra Olimpíada.”
Porém, ele não disse se a China permitirá a conversão dos anfitriões durante os Jogos Olímpicos. O alto funcionário reconheceu que nos últimos anos o número de seguidores religiosos chineses, inclusive cristãos, aumentou.
“A China parece fazer um grande esforço para reparar os danos contra sua imagem no que se refere aos direitos humanos e à liberdade religiosa antes dos Jogos Olímpicos. Por meses o país mais populoso do mundo esteve debaixo de escrutínio e foi bombardeado por causa de suas restrições religiosas opressivas, inclusive por forçar as igrejas a se registrarem e por até prender e torturar líderes”, disse Michelle Vu.
Recentemente, entretanto, a China amoleceu suas práticas de sanção – antes mais severas – proibindo, por exemplo, donos de propriedades a alugarem seus espaços a cristãos para moradia e cultos de igrejas.
Os funcionários de Agência de Segurança Pública ainda continuam prendendo os adoradores de igrejas domésticas – só que de um modo muito mais discreto – para não chamar a atenção internacional.
Entre abril e junho deste ano, mais de 100 missionários estrangeiros foram expulsos da China como parte de uma campanha do governo para evitar a evangelização durante a Olimpíada, de acordo com Associação de Ajuda à China. Foi a maior ação contra religiosos desde 1954.
O diretor-geral para Assuntos Religiosos negou as acusações de que o país restringe a impressão e venda de Bíblias e que só as distribui nas igrejas oficiais.
Recentemente, um líder chinês foi preso com um carregamento de três toneladas de Bíblias a ser levado para o interior do país. Por causa do flagrante, ele pode ser condenado a 15 anos de prisão.
Calcula-se que existam até 100 milhões de cristãos chineses que adorem fora das igrejas registradas.
Fonte: Elnet