Em meio à crise no Quênia, a Igreja local tem se levantado para ajudar a população oferecendo abrigo, água e comida. Mas pede um reforço de oração aos irmãos de outros países. O número de mortos nos conflitos subiu para 486 e ainda há muita gente em estado grave nos hospitais. Centenas de estabelecimentos comerciais e casas foram incendiadas e o número de pessoas que deixaram suas casas e estão buscando refúgio nas igrejas, aeroportos, postos policiais e indo para Uganda, Ruanda e Tanzânia passou dos 250 mil.
Veja a seguir o relato de um missionário da Missão para o Interior da África (MIAF) sobre a situação no país que ganhou as manchetes dos principais jornais do mundo nos últimos dias:
“A situação no Quênia continua muito instável e tensa. Ainda existem vários incidentes de violência, protestos e lutas entre algumas etnias em Nairóbi, Mombasa e partes do oeste do Quênia. Mesmo que a segurança tenha melhorado muito nos últimos dias, ainda existe a possibilidade de conflitos em várias áreas. Existe falta de alimentos, combustível, vegetais, água, energia, cartões para celulares e a Internet está bem precária. Em algumas horas não há comunicação.
O que está acontecendo no Quênia é o seguinte: A política queniana é muito influenciada pela questão étnica. O candidato Raila Odinga, que diz ter vencido as eleições, pertence ao grupo étnico luo, cujo povo está concentrado nas áreas de violência, principalmente no oeste do país e nas favelas de Nairóbi.
O presidente Mwai Kibaki vem da maior etnia do Quênia, os kikuyus, que vivem principalmente na região central do país. A maior parte dos conflitos está entre os luos e kikuyus. Também a pobreza e a falta de infra-estrutura em algumas regiões e nas favelas têm contribuído em muito para esta onda de violência.
Mesmo com um crescimento econômico de 6% em 2007, o país não conseguiu diminuir suas diferenças econômicas e muitos não estão satisfeitos com o atual governo. Por tudo isto, a situação é muito complicada. Somente o Senhor para restaurar e sarar esta nação.
Segundo algumas agências humanitárias, o número de pessoas que foram atingidas por estes incidentes e que precisam de ajuda pode ser de 500 mil. Também centenas de mulheres, meninas e meninos sofreram abusos sexuais e muitos estão hospitalizados.
A mobilização da Igreja
A Igreja queniana está unida em oração. Fazendo muito esforço para trazer a paz e tentar de alguma forma intermediar o diálogo entre o governo e a oposição. Desmond Tutu chegou na ultima semana para ajudar nas negociações e mostrar solidariedade aos quenianos.
Também muitas igrejas estão recebendo refugiados. Muitas igrejas estão em áreas onde não existe acesso por terra e a Cruz Vermelha não tem como chegar, pois os manifestantes fecharam muitos pontos das estradas e a situação é muito crítica.
Em muitas áreas atingidas nós já estivemos promovendo nosso treinamento e conhecemos muitos irmãos e pastores da região. Mas não estamos conseguindo nenhum contato com eles desde 27 de dezembro. Sabemos que eles estão em uma situação muito difícil.
Também existe uma preocupação muito grande com as igrejas. Quatro igrejas já foram queimadas e o número de igrejas junto com suas escolas e projetos missionários que foram queimadas dentro das favelas ainda é incerto, mas todos sabem que foram vários.
Queremos desafiá-los a orar pelo Quênia, para que a paz seja estabelecida entre as etnias e os conflitos possam cessar”.
Missionário da MIAF não teve o nome revelado por questões de segurança
Pedidos de Oração:
– Ore para que a paz e a estabilidade voltem ao Quênia. O país é um dos mais democráticos e estáveis da África e a crise nele já se estendeu por outras nações africanas.
– O Quênia possui uma Igreja forte. Ore para que os cristãos sejam exemplo para seus vizinhos durante este período difícil e que se torne um agente de paz nesses dias de incerteza.
– Ore pela segurança da equipe de missionários da MIAF e de colaboradores da Portas Abertas, para que estejam seguros e consigam fazer contatos com outros cristãos no país.
– Ore para que recursos externos, como alimentos e medicamentos sejam enviados e entregues a quem precisa. O país e o povo são muito pobres.
Fonte: Portas Abertas