Tatuagem é um dos temas mais explosivos no meio cristão. Décadas atrás, as marcas feitas com tinta eram associadas à marginalidade, e muitas empresas não contratavam pessoas com tatuagens em partes do corpo que fossem visíveis. Por um longo tempo, a falta de profissionalismo dos tatuadores também resultou na difusão de doenças, como o HIV, por exemplo.
Hoje, em um cenário social diferente, muitas igrejas continuam promovendo o debate sobre essas questões e usam, como doutrina, um conceito de repúdio às tatuagens. Nesse contexto, um pastor presbiteriano afirmou que essas discussões são sinal de “infantilidade” e lamentou que funcionem como um “retrato do tempo que a gente vive”.
“Estamos discutindo coisas estéticas, porque aquilo que é mais profundo traz uma demanda, uma mudança de verdade”, disparou Bruno Barroso, pastor auxiliar da 8ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte (MG), em sua entrevista ao programa Bate-Papo, da Rede Super de Televisão.
Barroso entende que há questões mais importantes para serem debatidas na igreja, como o zelo pela pregação da Palavra sem distorções, ou a postura da igreja em relação ao mundo. Como forma de reforçar seu conceito, o pastor revelou que é ex-tatuador e atualmente, seu ministério como pastor é voltado para crianças e que suas marcas no corpo, com função estética, não influencia seus liderados.
“A Igreja precisa ser o ponto de mais maturidade na sociedade”, avaliou Barroso, ao pontuar que discussões sobre tatuagens muitas vezes são superdimensionadas, suprimindo o debate de questões urgentes e que realmente demandam dedicação da Igreja, segundo a Bíblia.
Um ponto que reforça o argumento do pastor é a reação do público da emissora, que enviou perguntas aos participantes do programa, e em sua maioria, partindo do pressuposto de que as tatuagens não são um “pecado”.
O tema foi tratado do ponto de vista bíblico, com troca de ideias a respeito das proibições registradas no Antigo Testamento. Barroso, raciocinando a partir do Novo Testamento, afirmou que o debate sobre o assunto “não edifica” e geralmente é pautado pelo “passado”.
“É preciso conversar sobre questões mais profundas e esquecer lados estéticos”, reiterou, ponderando que as pessoas devem ser cautelosas e maduras ao escolherem se tatuar: “Ter atenção e evitar simbologias de culto a mortos e dor, assim como as de cunho sexual”, recomendou.
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