O número de jovens que se declaram transgêneros tem crescido absurdamente nos últimos anos, e entre eles existem os que acreditam ser pessoas “não binárias”, isto é, que não se identificam como “homens” ou “mulheres”. Este é o caso do “filho trans” de um pastor chamado Aizamarch Almeida.
Também formado em direito e residindo em Recife, Pernambuco, o líder religioso fez uma publicação – pública – onde anunciou que estava indo com Júlia alburque Almeida, sua filha, para o cartório no bairro do Arruda, afim de alterar o seu nome para Juno Pedro Albuquerque Almeida, passando-o a chamar de “filho”.
“Júlia nasceu, viveu, e vive, sua existência e se descobriu para além das molduras criadas para ela, se encontrou como Juno. Fui participando dessa vivência na medida das minhas possibilidades”, disse Almeida em sua conta no Instagram, expressando um ponto de vista liberal e abstrato sobre o conceito de amor.
“Como pai sempre incentivei meus filhos a serem eles mesmos, pois existir é viver em plena liberdade de ser. O amor é libertador!”, disse ele, destacando que não ter ido com Juno para o cartório onde antes havia o seu registro como Júlia seria ausência da sua parte enquanto pai.
“Sentimento de realização como pai”, disse o pastor. “Ele poderia ter feito tudo sozinho e eu teria perdido uma oportunidade de me fazer presente na vida dele”. Para sua filha, a presença do pai foi importante do ponto de vista afetivo/emocional, visto que lhe transmitiu apoio.
“Pra mim foi muito importante, porque me senti apoiado, fortalecido. A segurança para me impor como Juno aumentou. Poderia ter feito tudo sozinho de alguma forma; muitos de nós fazem. Mas nossa solidão não é normal, não pode ser naturalizada”, disse Juno, segundo informações do Razões para Acreditar.
Ideologia de gênero
Para o pastor Fernando Herculano, da Igreja Batista da Concórdia, a chamada “ideologia de gênero” surge no seio da Igreja como uma espécie de teologia que se distancia dos preceitos bíblicos.
“A teologia de gênero é uma desconstrução de um conceito cristão que predominou na sociedade. Como se um homem que se acha uma mulher se percebesse como tal”, disse ele, conforme notícia do Gospel Mais.
Herculano explicou que independentemente de como o ser humano interprete o assunto, a natureza sexual humana está fundamentada não só na biologia, mas na própria descrição bíblica da criação, algo que não mudará com o tempo.
“Quando Deus diz que criou homem e mulher segundo a sua imagem e semelhança, traz a imagem de Deus. Então, o espectro teológico não muda de modo algum. Não quer dizer que um é maior ou menor. Se ambos são à semelhança de Deus, essa forma não muda de jeito nenhum”, conclui Herculano.
Mas, para os seguidores do pastor Aizamarch, a sua decisão de apoiar a transição de Júlia para Juno foi acertada e deveria ser vista como um exemplo.
“Quem dera todos os pastores e homens e mulheres religiosos tivessem este pensamento. Certamente o mundo seria mais pacífico, sem imposição de sofrimentos aos filhos e filhas. Você é um cara admirável, meu amigo!”, escreveu um internauta.
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