Um pastor evangélico foi preso sob a acusação de liderar um esquema de falsificação de diplomas de faculdades privadas em cinco estados. Outros seis suspeitos foram detidos como participantes do esquema.
O pastor foi identificado como José Caitano Neto, mas a Polícia ainda investiga se essa é a identidade verdadeira do acusado, pois ele possui mais de uma identidade. Ele atuava como líder da Assembleia de Deus.
Um escritório de advocacia e contabilidade no Itaim Paulista, extremo da zona leste de São Paulo (SP), funcionava como fachada para o esquema, que cobrava, por exemplo, R$ 35 mil num diploma de administração e cerca de R$ 100 mil em um de medicina, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo.
O advogado do pastor, Ademir Sérgio dos Santos, disse através de nota enviada ao jornal que as denúncias são falsas, que não foram encontrados indícios de irregularidade no local e que a prisão do de Caitano Neto foi “arbitrária”. Antes de ser preso, Caitano Neto alegou que o responsável pela venda dos documentos era um ex-funcionário, já demitido.
A Polícia, no entanto, revelou que durante as investigações um funcionário enviou mensagem a outro, perguntando detalhes de como proceder no caso de um cliente: “Estou fazendo o histórico [escolar] dele, porém eu gostaria de saber se você quer um certificado ou diploma, e se é para fazer pela Facel, Fatesf ou Spei, pois não consta esse curso na Facel”, afirmou, referindo-se a um diploma de gestão comercial nas faculdades de um grupo educacional.
As oito faculdades usadas no esquema estão espalhadas pelos estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia e Alagoas, e realmente existem, inclusive com cursos de graduação e pós-graduação registrados no MEC. Todas elas pertencem ao Grupo Digamma Educacional, e há a suspeita de que o pastor comprou as faculdades como forma de pegar o dinheiro em caixa e emitir os diplomas falsos. Na outra ponta, os salários de funcionários e as contas das faculdades eram atrasados.