A Ordem dos Pastores Evangélicos de Natal (OPEN), entidade que reúne a maioria das denominações evangélicas da capital do Rio Grande do Norte, divulgou nota, no mês de agosto, em que “repudia categoricamente toda e qualquer prática de corrupção política” e “toda associação do político com o privado para apropriação dos recursos públicos, que pertencem à sociedade e que é fruto do trabalho de todos, mediante os impostos pagos”.
Segundo reforçam os líderes evangélicos, “a autoridade política é necessária à vida da cidade para promover a justiça e o bem público, e coibir a injustiça e tudo aquilo que atenta contra a saúde da sociedade”.
Leia a íntegra da nota “Manifesto da Ordem dos Pastores Evangélicos de Natal sobre a Operação Impacto”, de 18 de Agosto de 2007:
A Ordem dos Pastores Evangélicos de Natal (OPEN), reunida no último dia vinte e três de julho, resolveu manifestar-se publicamente a respeito dos últimos acontecimentos ocorridos em decorrência da discussão do Plano Diretor de Natal pela Câmara Municipal desta cidade.
A Câmara Municipal de Natal aprovou o projeto de lei que revisa o Plano Diretor da cidade acrescentando uma série de emendas que trazem prejuízo à cidade por permitir o adensamento na zona norte sem o necessário saneamento, um suspeito redirecionamento de função da STTU para emitir licenças ambientais, pois que é atribuição da SEMURB, a diminuição das outorgas onerosas e a diminuição da área do Parque das Dunas. O Exmo. Sr. Prefeito vetou essas emendas do projeto de lei e teve o seu veto derrubado pela Câmara. Há uma suspeição de que o voto de alguns parlamentares, que permitiu a derrubada do veto do prefeito, foi influenciado pela obtenção de benefícios pessoais oferecidos por empresas da construção civil e do setor imobiliário.
Pelo fato da OPEN entender que:
1. O princípio da autoridade foi estabelecido por Deus e nesse sentido o povo de Deus prestigia, respeita e se submete às autoridades constituídas;
2. A autoridade política é necessária à vida da cidade para promover a justiça e o bem público, e coibir a injustiça e tudo aquilo que atenta contra a saúde da sociedade. A autoridade política é, portanto, legitimada à medida que cumpre o seu papel de promover o bem público e a justiça;
3. As notícias vindas a público sobre o relevante debate político envolvendo a revisão do Plano Diretor de Natal dão conta do posicionamento de alguns vereadores da Câmara Municipal contrário à saúde da cidade, porque ignora os limites necessários a um crescimento que preserve o ambiente social – vias de acesso e transporte, espaços públicos e equipamentos comunitários, drenagem e absorção de águas, saneamento – e isso, aparentemente, para atender a interesses particulares em detrimento do interesse público;
4. A justiça exige que a autoridade e a responsabilidade estejam sempre e proporcionalmente associadas uma à outra. A justiça existe e se fortalece na verdade. Verdade que recomenda uma verificação cuidadosa para evitar a absolvição de culpados e a condenação de inocentes.
Repudia categoricamente:
1. Toda e qualquer manobra que enfraqueça as instituições democráticas, instituições do povo, e atente contra a reputação de pessoas;
2. Toda e qualquer prática de corrupção política por entender que ela sempre lesa o interesse público em benefício do privado;
3. Toda associação do político com o privado para apropriação dos recursos públicos, que pertencem à sociedade e que é fruto do trabalho de todos, mediante os impostos pagos pela população.”
Fonte: Agência Soma