Uma das ciências mais significativas no âmbito da exploração bíblica moderna, a arqueologia tem sido uma importante aliada nas descobertas que reforçam o caráter histórico dos pergaminhos, por exemplo, descobertos no Mar Morto. Todavia, uma perícia recente pode colocar em cheque a validade desses documentos, pois desafiam a sua autenticidade.
“Os cinco fragmentos apresentam características inconsistentes com a origem antiga”, explicou um comunicado do Bundesanstalt für Materialforschung und-prüfung (que em português significa Instituto Federal de Pesquisa e Teste de Materiais) em abril de 2017.
A divulgação das pesquisas é fruto de muita cautela, pois elas reúnem a opinião de vários especialistas, das mais diferentes áreas do conhecimento.
Os documentos pesquisados estavam expostos no Museu da Bíblia, em Washington, Distrito Central dos Estados Unidos, mas devido à polêmica acerca da autenticidade dos fragmentos, o material foi retirado da exibição.
“Embora esperássemos que o teste apresentasse resultados diferentes, esta é uma oportunidade para educar o público sobre a importância de verificar a autenticidade de artefatos bíblicos raros, o elaborado processo de testes realizado e nosso compromisso com a transparência“, disse Jeffrey Kloha, diretor do museu oficial de curadoria das obras bíblicas expostas.
Kloha pontuou, entre outras palavras, que o processo de averiguação dos documentos apenas reforçam o caráter científico da autenticidade dos que já foram descobertos. Ou seja, isso demonstra como a confirmação da historicidade dos pergaminhos é digna de confiança, mesmo quando o resultado é negativo.
“O museu sustenta e adere a todas as diretrizes éticas e de museu sobre cuidados, pesquisa e exibição de coleções”, disse ele em um comunicado.
Apesar das evidências, Kipp Davis, editor do relatório e acadêmico da Trinity Western University, no Canadá, destacou que dados conclusivos ainda precisam ser posteriormente confirmados.
“Meus estudos até o momento conseguiram confirmar a preponderância de diferentes fluxos de evidências sobre a alta probabilidade de que pelo menos sete fragmentos da coleção do Museu do Mar Morto sejam falsificações modernas, mas as conclusões sobre o status dos fragmentos restantes ainda estão por vir“, disse ele.