Padres, pastores evangélicos e integrantes de outras religiões estão sendo convocados pela Secretaria de Saúde do Recife para ajudar no combate à dengue. Prefeitura quer que padres e pastores, durante as celebrações religiosas, orientem fiéis a prevenir e tratar a doença.
Padres, pastores evangélicos e integrantes de outras religiões estão sendo convocados pela Secretaria de Saúde do Recife para ajudar no combate à dengue. Encontro realizado esta semana, na Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Olinda e Recife, na Várzea, Zona Oeste da capital, reuniu o arcebispo dom José Cardoso Sobrinho e cerca de cem religiosos. Ao repassar informações sobre a doença, a secretaria espera que a dengue seja assunto durante as celebrações conduzidas pelos sacerdotes. Reunião semelhante ocorreu com 60 pastores evangélicos na primeira quinzena do mês.
“O mosquito da dengue não faz distinção de classe social ou religião. Precisamos da ajuda de formadores de opinião, como padres e pastores. Recife não tem epidemia da doença, mas estamos em situação de alerta”, destacou a secretária municipal de Saúde, Tereza Campos. De janeiro até ontem foram notificados no Recife 1.689 casos da doença, dos quais 119 confirmados. Desses, apenas três foram da forma hemorrágica, a mais grave. Nenhuma morte ocorreu na cidade por causa da dengue.
Além dos religiosos, a Secretaria de Saúde está intensificando a parceria com líderes comunitários, associações de moradores e escolas. Ontem, a comunidade de Sítio São Braz, em Dois Irmãos, onde vivem quase mil famílias, recebeu a visita de agentes comunitários e agentes de saúde ambiental. O mesmo ocorreu na Várzea e na Iputinga. “Conversei com o pessoal do posto do PSF (Programa de Saúde da Família). Apesar de não termos muitos casos de dengue, pedi que viessem esclarecer as dúvidas dos moradores”, comentou o líder comunitário José Severino da Silva.
Balanço
Houve redução no número de casos de dengue no Estado, de janeiro até agora, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado ontem pela Secretaria de Saúde de Pernambuco. Em contrapartida, cresceu o quantitativo de suspeitas da forma hemorrágica da doença.
Desde janeiro, o registro é de 8.346 casos suspeitos de dengue clássica, sendo 543 confirmados, 102 suspeitas de dengue hemorrágica, duas confirmações e uma morte (no município de Jaboatão dos Guararapes). Em 2007, no mesmo período, foram 11.957 suspeitas de dengue clássica, com 5.922 confirmações laboratoriais, 68 notificações de dengue hemorrágica, sendo 44 confirmadas e nenhuma morte.
O levantamento mostra que a concentração da dengue é maior no Grande Recife, onde foram notificadas 3.051 suspeitas de dengue clássica, ou seja, 35,5% dos registros de todo o Estado. Os municípios com mais notificações são Recife (1.054), Jaboatão (357) e Olinda (355). No interior, a região que mais preocupa é o Agreste.
Fonte: Adiberj/ JC Online