Um grupo formado por radicais hindus de diferentes grupos – Bharatiya Janata, Shiv Sena e Bjarang Dal – entrou na igreja Mar Thoma durante uma reunião, no último dia 2 de outubro, às 11 horas, e provocou uma verdadeira confusão ao acusar o reverendo de promover atividades evangelísticas em Amlai, no Estado de Madhya Pradesh, na Índia.
A invasão ocorreu durante uma reunião para discutir projetos futuros da igreja, da qual participavam 70 pessoas, entre elas especialistas, alunos internos e membros da comunidade.
O grupo estava no templo para uma reunião às 9 horas, programada para terminar ao meio-dia.
Por volta das 11 da manhã, entre 15 e 20 extremistas chegaram com pedaços de pau e invadiram o templo, entoando gritos de guerra contra as pretensas atividades “evangelísticas”.
Eles foram em direção ao responsável, o reverendo Joji Oomen, de 30 anos, que dirigia a reunião. Um dos homens o agarrou e o jogou no chão.
Os invasores acusaram o religioso de “converter pessoas ao cristianismo”. O reverendo tentou explicar o trabalho social feito pela igreja e refutou as acusações de conversões ilegais. Tudo em vão.
Agressão
Sam Willys, coordenador regional do Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC, sigla em inglês) nos Estados de Madhya Pradesh e Chattisgarh, disse, em entrevista à ANS: “Enquanto um dos invasores agarrava o reverendo, outro ordenava que ele tirasse as mãos”.
Perto da igreja, havia uma reunião de pastores organizada pela Associação Cristã de Pastores de Dhanpuri (perto de Amlai).
Os pastores ficaram sabendo da comoção na igreja e informaram à delegacia de polícia.
Ao saber do ataque, o superintendente de polícia correu ao local com seus homens e dispersou os invasores.
Os extremistas, por sua vez, prometeram que medidas “apropriadas” seriam tomadas contra o reverendo caso alguma queixa fosse registrada.
Protegendo os agressores
A ameaça parece que surtiu efeito. Em entrevista por telefone à ANS, o reverendo Joji Oommen disse:
“Eles vieram fazer uma investigação informal sobre qualquer atividade evangelística que pudesse estar acontecendo e não traziam nada parecido com pedaços de pau ou varas. Quando eu expliquei e neguei as alegações que eles faziam sobre conversões ilegais, foram embora.”
Joji acrescentou: “A polícia chegou a tempo e nos ajudou. Eles são muito cooperadores e gentis”. Depois do acontecido, o reverendo foi aconselhado a informar à polícia sobre futuras reuniões e a evitá-las durante esse processo de acusações sobre “conversões forçadas”.
Fonte: Portas Abertas