Quatro amigos de Queluz juntaram-se e criaram uma banda diferente
A história não é diferente de tantas outras, mas os pormenores são certamente distintos. Alimentados pelo prazer de ouvir música, quatro rapazes de Queluz, ainda hoje estudantes, e com idades compreendidas entre os 17 e os 21 anos deixaram-se levar por um sonho. Foi há cerca de dois anos que Os Pontos Negros se juntaram. “O nome surgiu com antítese dos White Stripes (linhas brancas)”, explicou Jónatas Pires, um dos vocalistas e guitarristas. A inspiração, essa, veio dos Strokes, Los Hermanos e Rolling Stones, entre muitos outros.
Numa primeira fase, a banda sofreu algumas pausas mas nunca deixou de gravar. Cinco temas ficaram registados na colectânea Cinco Subsídios Para o Punque-Roque do Senhor, ainda antes da entrada de Silas Ferreira, “que transpôs as notas do baixo para as teclas sem soar a Doors”, referiu Filipe Pires, também guitarrista e vocalista. Desde então venceram um concurso destinado a novas bandas na escola profissional Restart e entraram nas playlists da Radar e Antena 3.
“Mantemos uma média de um ou dois concertos por mês que duplica no Verão”, explica Jónatas, um dos três filhos de pastores baptistas. O carácter religioso é, aliás, uma das particularidades d'Os Pontos Negros, “embora um tema aborde uma relação homossexual”. Ensaiam na cave da igreja e a sua forma de ver o mundo “tem a ver com padrões religiosos. Mas não gostamos da música cristã que existe”, defende também.
Sem medo de cantar em português, Os Pontos Negros retratam personagens como Lili (nome fictício) ou Olguinha, a professora de piano que levou Jónatas a abandonar este instrumento para se dedicar à guitarra. “Atrai-me o storytelling e, às vezes, letras mais panfletárias”, defende o próprio Jónatas. “Seria parolo exprimirmos as ideias que temos noutra língua que não aquela em que nos expressamos”, conclui Filipe.
Fonte: Diário do Norte