Promover a saúde, tratar o dependente e prevenir o crime são indicações da Organização das Nações Unidas (ONU) para o controle de drogas e que são desenvolvidas pela igreja cristã. A atuação evangélica ocorre em duas frentes: com ministérios de adolescentes e jovens e instituições de tratamento do dependente químico. No primeiro caso, ao apresentar valores cristãos, estimular a prática de esportes e atividades comunitárias, a igreja previne que o jovem torne-se usuário de drogas ou que se envolva com a criminalidade. No caso de pessoas que já se tornaram dependentes, em geral as igrejas procuram encaminhar o usuário para clínicas de recuperação e apoiar a família. As indicações da ONU aparecem no Relatório Mundial sobre Drogas 2008, do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (Unodc), para a redução e controle de drogas no mundo.
O envolvimento da igreja nos problemas das drogas também possui uma dimensão social e política. O relatório aponta três frentes de ação para o controle de drogas que também passam por ações governamentais. O cristão pode contribuir através da ação individual e coletiva no sentido de cobrar que o governo comprometa-se com as indicações.
A primeira frente indicada no relatório é o aumento dos investimentos em saúde pública, tanto para evitar o início do uso de drogas quanto no tratamento dos dependentes. A segunda é o controle através da prevenção ao crime e da ação social do Estado, para “cortar vínculos entre o tráfico de drogas, o crime organizado, a corrupção e o terrorismo”, conforme o texto do relatório. Por fim, a terceira frente de ação é a garantia de que a segurança será feita de forma a assegurar os direitos humanos e dignidade dos indivíduos.
Aumento do uso
Apesar da atuação de igrejas e outras entidades não-governamentais, o consumo de cocaína e maconha cresceu no Brasil. O relatório estima que cerca de 870 mil brasileiros sejam usuários de cocaína. Além disso, o país figura como o principal importador de drogas para países africanos e também está entre os que mais importam para a Europa. Os dados revelam a necessidade de governo e sociedade atuarem pela solução do problema.
Fonte: Agência Soma