Um dos ateus mais conhecidos do mundo, o biólogo e escritor Richard Dawkins, participou recentemente de um debate com o Arcebispo da Cantuária, Dr. Rowan Williams, líder religioso da igreja Anglicana, no qual afirmou não ser ateu, mas agnóstico.
Autor de best sellers como “Deus: um delírio” e “O Gene egoísta”, entre outros, Dawkins surpreendeu a muitos quando afirmou que para ele Deus é um delírio, mas que não poderia ter 100% de certeza que Deus não exista. Como cientista, ele acreditava que as probabilidades de existir um criador sobrenatural “seriam muito, muito baixas”.
O biólogo participou de um debate com Williams cujo tema era o papel da religião na vida pública da Grã-Bretanha. A conversa entre eles foi transmitida pela internet e durou cerca de 100 minutos. No debate tiveram muitas provocações, mas também respeito mútuo e bom humor, e teve um momento no qual, de acordo com o jornal The Washington Post, Dawkins “surpreendeu o público on-line e que estava no teatro ao fazer a concessão de uma brecha pessoal de dúvida sobre sua convicção de que não há um criador”.
Citando o “espectro de sete pontos de credibilidade teísta”, criado por ele em um dos seus livros, o escritor disse não ser totalmente ateu. Nessa escala, 1 seria a certeza completa e perfeita de que Deus existe, e 7 seria a completa certeza de que ele não existe. Dawkins então se classificou como 6,9 na própria escala de ateísmo.
O debate foi intermediado pelo filósofo Anthony Kenny, que interveio na afirmação do biólogo perguntando: “Por que então você não se chama de agnóstico?”. Diante dessa indagação, Dawkins confirmou que essa definição seria melhor.
Essas declarações foram motivo de reações imediatas nas redes sociais e nas mídias tradicionais. O jornal Washington Post deu como manchete: “Richard Dawkins disse que não está completamente seguro que Deus não existe”. Já o inglês Daily Telegraph esclarece que se alguém não tem certeza que Deus não existe poderia se denominar agnóstico, o que mudaria a maneira como Dawkins passaria a ser visto pela comunidade ateísta mundial.
Fonte: Gospel+