O teólogo espanhol José María Castillo publicou um texto em seu blog, Teología sin censura, no qual afirma que as atitudes da pessoa e a forma que ela age em relação aos outros é mais importante do que sua fé ou religião.
“Deus levará em conta, no juízo último e definitivo da humanidade, não será a fé, nem a religiosidade, nem a piedade, mas apenas uma coisa: o comportamento que cada um teve para com os seus semelhantes, especialmente com os que mais desfavorecidos”, afirma o teólogo, que é professer de teologia em quatro universidades, entre elas a “Universidad Gregoriana”.
Castilho afirma que os ensinamentos de Jesus ensinam que o que importa realmente é o comportamento, e dá como exemplo o relato da cura do criado de um centurião romano (Mt 8, 5-13; Lc 7, 2-10). “Aquele centurião não tinha as mesmas crenças que os israelitas. Não tinha as verdadeiras crenças, mas tinha uma conduta exemplar, ao se preocupar tanto por remediar o sofrimento de um criado” explica o teólogo.
Ele cita também a parábola do bom samaritano contada por Jesus em Lc 10, 30-37, Castilho diz que “precisamente o modelo que Jesus coloca é o do herege samaritano, em contraste com o sacerdote e o levita, que eram os modelos da ortodoxia observante”.
“Por causa das crenças se perseguiu, se torturou, se fez guerras, se matou os infiéis e agora se ofende e se insulta aqueles que não concordam com as crenças que eu tenho” diz o teólogo,que encerra seu texto dizendo: “é possível garantir que os povos mais crentes e observantes são exatamente os povos em que há menos corrupção, mais honradez no trabalho, mais honestidade na hora de fazer a declaração do imposto de renda, mais generosidade nos patrões e mais laboriosidade nos trabalhadores? Que cada qual veja, em sua consciência, que resposta damos a esta pergunta inquietante e incômoda.”
Fonte: Gospel+