ALEMANHA – Tribunal decide que cinzas de um morto não podem virar diamante sem provas concretas de que esta realmente foi vontade do falecido. Como esta forma de enterro não é permitida na Alemanha, cinzas seriam enviadas à Suíça.
A urna com as cinzas do falecido continuará sob custódia de um cemitério em Wiesbaden, até que a mãe (de 86 anos) e a filha do falecido, através de seus advogados, decidam o que fazer com os restos mortais. É desejo da mãe do morto finalmente enterrá-lo, para que encontre sua paz eterna.
Já a garota, de 19 anos, insiste que antes de morrer o pai lhe consentiu verbalmente transformar suas cinzas em diamante. Um cunhado do morto, no entanto, garante que ao visitar um cemitério com ele no final do ano passado ouviu-o dizer: “Em breve também estarei aqui para sempre”.
Complicações legais
Enquanto na Alemanha e na Áustria o enterro em cemitério é obrigatório, na Suíça, Holanda e nos Estados Unidos, as leis são outras. Lá existem não só empresas especializadas em transformar restos mortais em diamante, como também não há problemas em depositar a urna com as cinzas humanas em casa.
Os juízes do Tribunal Administrativo de Wiesbaden reconhecem os direitos da filha de decidir sobre o destino do corpo do pai, mas alegam falta de provas de que “tal forma exótica de ‘enterro’ não permitido na Alemanha” realmente atende aos desejos do falecido.
Outra questão a ser esclarecida é se o diamante feito de cinza humana poderia ser trazido de volta à Alemanha. “Um diamante é, no final das contas, a cinza prensada”, argumenta a advogada Heike Böhme-Küppenbender, da Associação Alemã de Funerárias.
Também a Igreja vê problemas no uso deste tipo de pedra como jóia, o que considera “perturbação da paz do morto”, segundo Sigurd Rink, da Igreja Evangélica de Hessen-Nassau.
Fonte: DW World