Estevam e Sônia Hernandes, fundadores da Igreja Apostólica Renascer, foram soltos nos Estados Unidos nesta sexta-feira (19), mas continuam sendo monitorados 24 horas por dia. O sistema de monitoração — uma espécie de tornozeleira equipada com chip eletrônico — é um equipamento bastante utilizado nos EUA para controlar a localização dos presidiários durante seu transporte, no caso de liberdade condicional e também dentro dos centros de detenção.
Segundo empresas que trabalham na fabricação desse dispositivo, os guardas dos presídios recebem um alarme quando a peça é destruída ou removida — isso porque um sensor avisa se ela ficar 15 segundos longe da pele. Esses aparelhos enviam sinais em um tempo pré-determinado, como a cada dois segundos, para uma estação de controle que mostra exatamente onde os presidiários estão.
A tecnologia mais empregada para esse tipo de controle é a de Identificação por Freqüência de Rádio (RFID, na sigla em inglês), também conhecida como etiqueta inteligente. Nesse caso, a tornozeleira possui um chip que guarda grande quantidade de informação, como local onde residem os fundadores da Renascer, área pela qual os dois podem circular, crime pelo qual devem responder, sua nacionalidade e outros dados relevantes para a polícia norte-americana.
Esses chips emitem ondas de rádio que são lidas por antenas, colocadas dentro dos presídios e também em ambientes externos, para controlar a movimentação daqueles que estão em liberdade condicional. A antena registra a localização dos usuários dessa tornozeleira e envia os dados para um sistema de controle monitorado por policiais.
Em alguns centros de detenção dos EUA, policiais utilizam esses chips em um equipamento preso ao cinto. O aparelho tem também um botão vermelho, que pode ser pressionado em caso de emergência — dessa forma, seus colegas saberão onde o guarda está para poder socorrê-lo. A localização dos usuários — tanto de oficiais quanto de presidiários — pode ser vista em um telão que exibe com detalhes toda a estrutura física da área monitorada.
O sistema de pedágio Sem Parar, utilizado há alguns anos no Brasil, é um exemplo de como a tecnologia RFID funciona na prática. Nos próximos anos, a etiqueta inteligente deve ser colocada em produtos de supermercados, para que as redes varejistas possam obter mais informações sobre os itens vendidos (como prazo de validade) do que oferecem atualmente os códigos de barra.
Fonte: G1