O vereador Carlos Apolinário, responsável por criar o projeto de lei do Dia do orgulho Heterossexual, vetado quarta-feira, 31/8, por Kassab, fez duras críticas ao texto do prefeito que exibe suas justificativas ao veto. Para Apolinário, Kassab “exagerou”. O prefeito escreveu uma longa carta dirigida ao presidente da Câmara, vereador Police Neto, em que afirma, entre outras coisas, que o Dia do Orgulho Heterossexual é contrário ao interesse público. Para apolinário, o texto é “um tratado a favor dos gays”.
“Não foi um veto simples. Para poder vetar uma data, foram feitas cinco páginas. Nunca vi isso. Cinco páginas em que é realizada toda uma defesa não só do gay, mas do homossexualismo (sic), dos programas de governo a favor dos gays. É um veto que gera uma propaganda de tudo aquilo que combato, que são os privilégios para os homossexuais. O prefeito poderia vetar a data, dizendo que não é importante, que pode gerar algum ato de homofobia. Só isso. Mas ele fez um tratado a favor do gays – disse ele em entrevista ao Jornal do Brasil.
Kassab escreveu no texto a lei contraria o interesse público. Apolinário discorda: “mas qual interesse público? Como a gente interpreta “contrário ao interesse público”? Você tem aqui, na Câmara, o dia, por exemplo, do anão. Ele é a favor ou contrário ao interesse público? O dia da pizza, que o prefeito sancionou no ano passado. É favorável ou contrário ao interesse público? Se você entrar no site da Folha de S. Paulo vai ver uma pesquisa que diz: 53% das pessoas são favoráveis ao “Dia do Orgulho Hétero” e 47% são contrárias. O que é interesse público: 43 ou 57%? O prefeito foi vago”.
O vereador também atacou o trecho do texto em Kassab diz que o Dia do Orgulho hétero não pode ser entendido como um dia de defesa da moral e dos bons constumes _como previa o texto de Apolinário_ já que isso ligaria os “bons costumes” como sendo algo exclusivo dos heterossexuais: “quer dizer que a moral e os bons costumes passaram a ser uma coisa errada? O que é moral e bons costumes na concepção da data? Eu não estou falando de gay, estou falando do dia do hétero e dizendo que nesse dia o prefeito deveria fazer propaganda da moral e dos bons costumes. Não estou mandando falar mal do gay. Moral e bons costumes são para todas as pessoas, inclusive homossexuais. Quando eu falo em zelar pelos bons costumes, eu me refiro àquilo que é feito em público. Seja hétero ou gay”, disse Apolinário.
“Quando fale dos gays, nunca me referi ao ato que ele pratica com o companheiro dele. Eu falo dos privilégios. Aí, eu cito a (Avenida) Paulista, eu cito a questão das camisinhas e do gel que foram distribuídos e os excessos, como exemplo, um beijaço que foi feito num restaurante. Mesmo que o dono do restaurante tivesse sido homofóbico, eles deveriam processar o dono, tomar as medidas judiciais cabíveis. Você está dentro do restaurante com sua família, aí, entrarm 20 casais, mesmo que fossem héteros, e ficam se beijando. Como você se sente? Se sente mal. E se você vir duas pessoas do mesmo sexo, o que a sociedade ainda não se acostumou, isso claro, chama muito mais a atenção. A gente não pode ser hipócrita. É desagradável ver hétero se excedendo, mas é mais desagradável ver dois homens e duas mulheres se beijando.Vai chegar um dia, eu não tenho nenhuma dúvida, que veremos dois homens ou duas mulheres se beijando e ninguém vai sentir isso como agressão ou ato exagerado. Mas isso é uma conquista.”
Fonte: MixBrasil