Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 36 milhões de pessoas maiores de idade no planeta sofrem agressões e 80% desse maltrato se concentra em países desenvolvidos. A própria organização precisa que entre 4% e 6% dos anciãos declaram ter sofrido violência doméstica alguma vez na sua vida. Ao mesmo tempo, as Nações Unidas calcula cifras mais dolorosas: entre 3% e 10% destas pessoas sofrem maus tratos ou abandono.
Em qualquer caso, as estatísticas são claras. A violência doméstica não é só uma questão de gênero; também é de idade e se produz se há um ato ou omissão que leva como resultado um dano ou ameaça de dano contra a saúde e o bem-estar de anciãs e anciãos, segundo a definição da Associação Americana de Psicologia.
Esse “dano ou ameaça de dano” inclui o abandono, a negação às pessoas maiores de seu direito a eleger, a postergação ou não satisfação de suas necessidades primárias em função de promover as de pessoas mais jovens, e até o uso ilegal de suas finanças e meios de vida.
Por essa razão, os maus tratos e preconceitos contra a senectude têm sido definidos pela Assembléia Mundial da OMS como um problema de saúde pública, chegando a converter-se em poucos anos em uma verdadeira cultura da violência. Os progressos sociais e médicos têm permitido aumentar a esperança de vida da população mundial, até o ponto de que os demógrafos da ONU calculam que em 2050 haverá mais de um bilhão de maiores de 60 anos entre os habitantes do planeta.
Portanto, a educação se converte em protagonista da prevenção. Para poder prevenir um caso de maltrato, é imprescindível educar a família, a escola e os meios de comunicação para, deste modo, evitar a fobia que sofre nossa sociedade até a velhice.
Trata-se, portanto, de combater este estigma, abordar os tabus e ajudar a eliminar os estereótipos negativos latentes. Na prevenção do maltrato das pessoas mais velhas se necessita da participação de múltiplos setores da sociedade, e sobretudo, dos médicos da atenção primária, já que estes profissionais se encontram com casos de maltrato de anciãos de forma cotidiana.
O Fórum Mundial sobre Envelhecimento tem pedido, dessa forma, aos governos e à sociedade civil que reconheçam a capacidade das pessoas mais velhas para contribuir com o desenvolvimento social. A exclusão dos mais velhos do mercado trabalhista é um desperdício de potencial para a sociedade.
Fonte: www.adital.com.br