Ana Paula Valadão imita leão durante show e é criticada por centenas de fãs.
“Um cântico espontâneo sobre o Cordeiro e o Leão marcou para sempre a minha vida”. Essas foram as palavras de Ana Paula Valadão, líder o Diante do Trono, após uma apresentação em Anápolis, em maio desse ano.
A cantora só não sabia que uma atitude exótica – onde aparece fazendo movimentos com as mãos simulando uma leoa – pudesse render tantas críticas.
Alguns dias depois do show, o vídeo foi disponibilizado na internet, no site Youtube, e os comentários apareceram. “Dando vazão a todas as suas vontades, Ana Valadão acabou se expondo ao ridículo; e o que é pior, expôs a Igreja e o próprio Senhor ao ridículo”, postou um internauta.
“Apenas uma coreografia tola. Um excesso. Assim como algumas letras incrivelmente erradas do ponto de vista bíblico. Mas isso não anula seu trabalho genuinamente evangélico no campo do louvor. Basta a nós separarmos as coisas e aproveitar o que é benéfico conforme disse Paulo”, escreveu outro fã do grupo.
Há quem defenda a tal atitude da cantora: “Talvez a muitos pareça estranho, mas não vejo nada de errado nisso. Algum tempo atrás, nas igrejas mais antigas, quando alguém dançava no Espírito, muitos diziam que era um demônio, hoje já tem pensamentos diferentes. Como todo ser humano, a Ana é capaz de errar. Ainda que seja “errado” pra muitos, ela tem feito muita coisa pela igreja no Brasil”, escreve outro usuário. Após dois meses no ar, o vídeo recebeu 65 mil acessos.
Assista o vídeo:
Bênção de Toronto
No meio evangélico, a atitude da líder do Diante do Trono não é novidade.
Em 1995, um novo fenômeno começou a se repetir nas reuniões da Comunidade Cristã do Aeroporto de Toronto, no Canadá, enquanto o pastor John Arnott participava de conferências nos Estados Unidos. Um pastor chinês, líder das Igrejas chinesas cantonesas de Vancouver, durante o período de ministração, começou a urrar como um leão. Arnott foi chamado às pressas de volta, para resolver o problema.
Arnott entrevistou o pastor chinês diante da congregação durante uma reunião, e para surpresa de todos, ele caiu sobre as mãos e os pés, e começou a rugir como um leão na plataforma, engatinhando de um lado para o outro, e gritando “Deixem ir meu povo, deixem ir meu povo”. Ao voltar ao normal, o pastor explicou que durante anos seu povo tinha sido iludido pelo dragão, mas agora o leão de Judá haveria de libertá-los. A igreja irrompeu em gritos e aplausos de aprovação, e Arnott convenceu-se que aquilo vinha realmente do Espírito de Deus.
A partir daí, os sons de animais passaram a fazer parte da “bênção de Toronto”, com pessoas rugindo como leão, cantando como galo, piando como a águia, mugindo como o boi, e gritando gritos de guerra como um guerreiro.
Embora não haja base bíblica para profecia através de sons de animais emitidos por cristãos em êxtase, os sons foram definidos por Arnott como “profecias encenadas”, em que Deus fala uma palavra profética à Igreja através de sons de animais.
Para a ciência, esse acontecimento é conhecido como “mesmerismo”. No século XIX, o médico alemão chamado Franz Mesmer estudou cientificamente esses fenômenos mentais, conhecidos também como magnetismo animal. Segundo os estudos, essas alterações são provocadas no comportamento das pessoas com fins terapêuticos, onde as pessoas são induzidas a rir, chorar e a imitar animais.
Fonte: O Verbo