A cultura prevalente no Ocidente atualmente é a principal arma do islamismo para dominar e impor sua cultura, alertou o arcebispo Jean-Pierre Grallet, prelado da Arquidiocese de Estrasburgo, na França.
Grallet concedeu uma entrevista e criticou a legislação do país, afirmando que a liberação do aborto somada à alta taxa de natalidade dentre os muçulmanos é a receita para que os seguidores de Maomé se tornem maioria no país e, posteriormente, na Europa. Segundo o arcebispo, é isso que os permite dizer que “um dia tudo isso será nosso”.
A declaração foi dada ao portal francês Dernieres nouvelles D’Alsace, na última semana. O líder católico lamentou ainda que o “aborto não foi simplesmente concedido, mas é promovido”, o que contribui para que famílias ocidentais inteiras o usem como forma de adiar ou mesmo evitar permanentemente uma gravidez.
O arcebispo católico é membro da comissão doutrinal da Conferência Episcopal Francesa, e sublinhou na entrevista que o que a mídia faz a respeito do aborto “é uma promoção, e isso não pode ser aceito, não só por uma questão de fé, mas porque eu amo a França”.
A demonstração de preocupação com a possível “tomada” do país pelos muçulmanos não é exclusiva do sacerdote católico. Outros formadores de opinião europeus e norte-americanos compartilham do temor, mas em geral, são tratados pela mídia como xenófobos, islamofóbicos e alarmistas.
“Deixemos, com generosidade, que a vida prossiga. Esse é o indício mais seguro da força de uma nação e uma civilização. Agora, isso está muito complicado”, pediu Grallet, que é um ferrenho opositor do aborto. Em outra circunstância, havia dito que o procedimento de interrupção de uma gestação é “uma arma de destruição em massa”.
Agora, na entrevista mais recente, apontou que “os crentes muçulmanos sabem muito bem” que o aborto se trata de uma arma de extinção, e exemplificou: “Sua fecundidade é tal que hoje – como se chama isso? ‘A Grande Substituição’ – podem dizer de modo muito calmo, muito positivo: ‘de todos os modos, um dia tudo isso, tudo isso será nosso’”.
De acordo com informações do ACI Digital, o conceito de “Grande Substituição” foi formulado pelo filósofo Renaud Camus, que usa esse termo para delinear a ideia de como a transição de uma sociedade através da migração massiva, na qual os territórios se mantêm, mas as pessoas e seus costumes mudam completamente, poderá transformar o mundo no futuro.
Para o filósofo, as políticas atuais na Europa constituem a maior mudança na vida e nos valores dessas nações desde as invasões bárbaras do século III, que culminaram com a queda do Império Romano do Ocidente. Como resultado de seus ensaios, a esquerda na França passou a chamá-lo de “islamofóbico”.
No entanto, após os recentes atentatos terroristas perpetrados por extremistas muçulmanos, as ideias de Camus voltaram a ser debatidas no país, como forma de compreender e tentar impedir que voltem a ocorrer.
Dados do governo apontam que atualmente a França tem mais de 66 milhões de habitantes, com 4,7 destes sendo muçulmanos, formando a segundo maior comunidade islâmica no continente, atrás apenas da Alemanha. Calcula-se que no ano 2030, a população muçulmana na França chegará a 10,3%, beirando a faixa dos 7 milhões de pessoas.