O prefeito Marcelo Crivella (PRB) vem sendo duramente criticado pelos adversários políticos, acusado de privilegiar evangélicos ou membros da Igreja Universal do Reino de Deus ao longo de seu mandato à frente da Prefeitura do Rio de Janeiro. Agora, um novo capítulo da polêmica surgiu, envolvendo um grupo afro-brasileiro.
Segundo o jornalista Ancelmo Góis, colunista de O Globo, Crivella teria recusado um convite para se reunir com filiados ao Centro de Tradições Afro-Brasileiras, e diante da negativa, os responsáveis pela entidade divulgaram uma nota de repúdio ao prefeito.
“O Centro de Tradições Afro-Brasileiras convidou o prefeito Crivella para uma reunião, no último dia 18. Segundo a entidade, o político negou o convite (Se fosse um grupo da Universal…. deixa para lá). Diante disso, o Cetrab emitiu nota de repúdio, na qual diz que o objetivo da ‘gestão Crivella é o aparelhamento da máquina pública em função dos seus interesses religiosos'”, escreveu Góis no portal do jornal do Grupo Globo.
Na nota, o Centro de Tradições Afro-Brasileiras (CETRAB) diz que “a laicidade do estado, em especial na Cidade do Rio de Janeiro, vem sendo destruída a partir do mandato do Prefeito Crivella – Bispo licenciado da IURD – Igreja Universal do Reino de Deus”.
“Desde o princípio do seu mandato Crivella vem agindo de acordo com seus princípios religiosos, destruindo com as tradições culturais, sobretudo aquelas que são consideradas como de origem africana”, diz o documento, acusando o prefeito de perseguição.
“Está claro, e sempre esteve, que a gestão do Crivella atende, especificamente ao Projeto de Poder da Igreja Universal do Reino de Deus. O descaso à diversidade cultural e a intolerância religiosa são atributos de uma gestão voltada aos interesses do seu grupo religioso”, acrescenta a nota, datada de 17 de julho de 2018 e assinada por Rayanne da Silva Monteiro, presidente nacional do CETRAB.