O fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, é uma figura polêmica que há décadas coleciona declarações contundentes, como na questão do aborto. Circula nas redes sociais um vídeo de uma palestra sua em que defende a interrupção da gravidez como “uma questão de inteligência”.
O tema foi abordado por Edir Macedo numa entrevista à Folha, em 2007, e depois em uma palestra realizada por ele na Associação de Mulheres Cristãs (AMC), em 2010. Nas eleições presidenciais daquele ano, o tema já era parte relevante do debate na disputa que levou Dilma Rousseff (PT) ao Palácio do Planalto.
Na ocasião, Edir Macedo afirmou de maneira categórica sua posição: “Adoro falar de aborto, planejamento familiar. Não é para contrariar a Igreja Católica, mas para ajudar as pessoas, levar as pessoas a uma vida de melhor qualidade, menos violência, menos morte, menos mortalidade infantil, menos doenças, enfim, menos todo o mal que nós temos visto na nossa sociedade”.
“Eu sou a favor do aborto, sim. Eu sou e digo isso em alto e bom som. Com toda a fé do meu coração, e não tenho medo nenhum de pecar. E se eu estou pecando, cometo esse pecado consciente. Se. Eu não acredito nisso porque é uma questão de inteligência, não é nem uma questão de fé, é uma questão de inteligência, de razão”, declarou.
Em seguida, Edir Macedo afirmou que “em Nova York, depois que foi promovida a lei sobre aborto, a criminalidade diminuiu assustadoramente”, e por isso a medida deveria ser adotada em outros locais: “Porque deixou de nascer criança revoltada, porque a criança revoltada é uma arma contra nós. É uma arma contra a sociedade”.
O fundador da Igreja Universal relatou sua experiência com o tema: “Mamãe teve 33 filhos. Por causa das dificuldades, ela abortou 16, sobraram 17. Morreram 10, ficaram só 7. E nem por isso ela deixou de estar com Deus”.
Ao final do recorte do vídeo que circula nas redes sociais, Macedo diz que “um aborto não faz diferença”, acrescentando que “é preferível abortar do que ter a criança saudável mas criando problemas para si, mendigando, comendo o pão que o diabo amassou… enfim, sendo nocivo à sociedade”.
“Esse é o meu pensamento. E se alguém me condena por isso, paciência. Se as pessoas não aceitam, paciência. Eu creio nisso e vou em frente”, finalizou Edir Macedo na ocasião.