O arcebispo de Madri, cardeal Antonio Maria Rouco Verela, disse que levar as pessoas a ver bons filmes, e ajudá-las a encontrar onde vê-los é uma tarefa evangélica fecunda.
O cardeal Rouco presidiu, nesta semana, a entrega do Prêmio Alfa e Ômega de Cinema 2006, que aconteceu na Universidade CEU São Paulo, um ato no qual intervieram também o diretor do Departamento de Cinema da Conferência Episcopal Espanhola, Juan Orellana, e o diretor do Semanário Alfa e Ômega, Miguel Angel Velasco.
O purpurado brincou dizendo que, aproveitando que há muitas pessoas que vão à Missa, se poderia fazer propaganda dos bons filmes nas paróquias, e talvez isso ajudaria a que se fizessem melhores filmes, e estimulava os distribuidores e produtores a fazerem bons filmes, porque os bons filmes se vendem melhor que os maus.
Nesse contexto, o cardeal disse que era um bom sinal, que “O grande silêncio”, um filme longo segundo sua expressão, seja um grande êxito.
Para o arcebispo de Madri, esse fim nos coloca no próprio centro da experiência de Deus». Neste sentido, destacou que o religioso não se reduz a uma «variação da subjetividade», mas que é mais a resposta a uma verdade.
Dessa forma, destacou que Deus foi acolhido de uma ou outra maneira no resto de filmes premiados e afirmou que a linguagem do cinema é extraordinariamente rica em possibilidades expressivas: ela nos absorve, nos coloca dentro do que está passando, dentro da grande questão do homem, de modo que este não pode menos que sentir-se inquietado.
O cardeal comentou o título com o qual se resumiu o eixo dos filmes premiados nesta edição, Um grito para Deus, afirmando que se trata da «correspondência entre a verdade mais profunda do homem e Deus revelado».
Finalmente, alegrou-se de que a linguagem predominante de Bento XVI em seu magistério (relação fé-razão, homem-Deus), ressoe e possa perceber-se nestes filmes.
Por sua parte, Orellana disse que estes prêmios são somente uma amostra de que a Igreja desfruta com o cinema, e o premia, e qualificou 2006 como um ano especialmente rico em filmes portentosos, muitos dos quais, sem serem confessionais, são religiosos, porque falam do grito inscrito no coração do homem que clama pela verdade e pela beleza.
Fonte: Canção Nova