Um grupo de cristãos ativistas conhecido como “Radicais de Jesus” protagonizou uma cena no mínimo inusitada em protesto contra a exploração da beleza do corpo feminino em revistas e calendários.
De acordo com o Huffington Post, os ativistas entraram numa loja de conveniência que vendia calendários com ensaios sensuais e, enquanto alguns distraíam o funcionário, outros roubavam as publicações e as substituíam por cartazes com frases como “Deveria ter ido com os cachorros”, “O corpo feminino não é mercadoria”, “Desculpe, misoginia está fora de estoque”, “Mulheres são pessoas, não fantasias”, entre outros.
O gerente da loja, George Buford, afirmou que os “radicais de Jesus” roubaram aproximadamente 200 calendários. A imprensa local tem se referido ao grupo como “anarquistas cristãos”, devido ao protesto radical.
A explicação dos ativistas veio através de uma publicação anônima na internet, onde dizem os motivos que os levaram à atitude: “Todos os dias no caminho para o trabalho, tivemos que passar por esta loja, e não aguentávamos mais os encontros forçados com a sexualidade e a beleza feminina como objeto. Estávamos cansados de ver dizerem que o nosso valor é equivalente ao prazer estético que nosso corpo pode proporcionar a alguém (geralmente um homem) que quer pagar por isso. Se o seu ambiente o perturba, perturbe-o”.
O funcionário da loja na época, Chris Tott, disse que ele não viu as pessoas que roubaram a mercadoria: “Todos os calendários na prateleira se foram, todos os calendários de garotas”, disse ele. A polícia está agora verificando as indicações para impressões digitais, mas os “Radicais de Jesus” procuraram se defender dizendo que outras pessoas podem ter se inspirado em suas ações, o que tornaria o trabalho de investigação impraticável, e ressaltaram que usaram luvas para tocar os objetos e cartazes deixados no local.
A dona da loja, Jessica Roy, disse considerar a ação equivocada: “Nós não somos [a revista] Sports Illustrated. Somos uma pequena empresa que está apenas tentando ganhar a vida”, e que o roubo resultou numa perda financeira que irá impedi-la de dar aos funcionários um bônus de fim de ano.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+