O árbitro que apitou a partida entre Brasil e Alemanha pela semifinal da Copa do Mundo é pastor de uma igreja no México, e sua atividade fora dos gramados ganhou destaque após a escalação para o jogo.
Marco Antonio Rodriguez é conhecido por ser um árbitro rígido, que não economiza cartões amarelos e vermelhos, mas em seu país, também é conhecido por ser líder de uma igreja na cidade de Milpa Alta, na região metropolitana da Cidade do México, e por recusar um apelido que classifica como “demoníaco”.
Os torcedores mexicanos o apelidaram de “Chiquidrácula” (Minidrácula), graças a sua semelhança física com um personagem de uma antiga novela. O pastor e árbitro não gosta por entender que sua atividade de fé não combina com a brincadeira, segundo informações do Uol.
Em seu testemunho, o pastor deixa claro que teve a vida transformada ao se converter ao Evangelho: “Estou muito feliz de estar aqui hoje. Poderíamos falar sobre porque não dei um pênalti para o Toluca ou porque expulsei Cuauhtémoc Blanco, mas hoje quero contar a vocês como Deus mudou a minha vida”, diz Rodriguez.
A aproximação de Deus aconteceu na véspera de uma partida que apitaria no Qatar em 2003: “Ouvi claríssimo, pela primeira vez: ‘Para agora! Porque vai acontecer uma tragédia em sua família’”. Obediente, ajoelhou e orou por um longo período, até que sentiu uma “paz” no coração.
No dia seguinte, foi informado por sua esposa que sua irmã esteve perto de morrer. Convicto de que a oração havia poupado a vida da irmã, o árbitro passou a dedicar-se mais à fé: “A partir daí, comecei a sentir um desejo ardente de me tornar íntimo de Jesus Cristo”.
O pastor conta que os milagres divinos começaram em sua vida quando sua esposa, classificada pelos médicos como infértil, deu à luz a primogênita do casal, Abigail. Um segundo milagre ligado à família aconteceu na gestação do segundo filho, Shalom, quando um problema no útero forçou os médicos a dizerem que era necessário uma cirurgia para salvar a mãe, mas matar o bebê. “Deus vai nos mostrar algo, Deus vai nos mostrar algo”, disse Rodriguez aos médicos, antes de recusar a cirurgia, mesmo com todos os riscos. “O médico disse que eu estava louco, mas eu acreditava no Senhor”, lembra o juiz, que viu seu filho nascer sem problemas cinco meses depois: “A minha relação com Deus é pessoal”, argumentou.
Marcado nesta Copa do Mundo por ter sido o juiz que não viu o atacante uruguaio Luiz Suárez morder um adversário durante o jogo contra a Itália, Rodriguez pretende passar despercebido na partida de hoje, e voltar à sua rotina de pregador do Evangelho.