O arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, forte crítico do papa Francisco, foi excomungado pelo Vaticano, informou seu escritório doutrinário.
Carlo Maria Viganò foi considerado culpado de cisma — o que significa que ele se separou da Igreja Católica — após anos de intenso desentendimento com o pontífice.
Aos 83 anos, Viganò já havia pedido a renúncia do papa Francisco, acusando-o de heresia e criticando suas posições sobre imigração, mudanças climáticas e uniões entre pessoas do mesmo sexo.
De acordo com informações da BBC, o arcebispo Viganò foi uma figura importante na Igreja, servindo como núncio em Washington de 2011 a 2016. Em 2018, ele alegou que Francisco sabia sobre o caso de abuso sexual por um cardeal americano e se omitiu. O Vaticano rejeitou a acusação.
Com o tempo, o arcebispo subiu o tom das críticas, denunciando a imposição de vacinas durante a pandemia, as tentativas de imposição de um governo globalista e anticristão da ONU e outros assuntos.
No dia 20 de junho, ele informou no X que se recusava a comparecer à audiência no Vaticano por considerar que a sentença já estava pronta. Agora, o escritório doutrinário da Igreja Católica disse que sua recusa em se submeter a Francisco ficou clara em suas declarações públicas.
“O reverendíssimo Carlo Maria Vigano foi considerado culpado do delito reservado [violação da lei] de cisma”, diz o comunicado, acrescentando que ele havia sido excomungado – ou banido da igreja.
Respondendo por meio de outra publicação no X, o arcebispo colocou um link para o decreto que lhe foi enviado por e-mail e disse: “O que me foi atribuído como culpa pela minha condenação agora está registrado, confirmando a Fé Católica que professo plenamente”.
“Repudio, rejeito e condeno os escândalos, erros e heresias de Jorge Mario Bergoglio”, disse ele, usando o primeiro nome do papa argentino, e também acrescentou o versículo de Lucas 19.40: “‘Eu lhes digo’, respondeu ele, ‘se eles se calarem, as pedras clamarão’”.
Francisco se colocou em desacordo com os católicos tradicionalistas ao fazer aberturas à comunidade LGBT, defender a imigração sem restrições e condenar os excessos do capitalismo. No ano passado, ele tomou medidas contra outro crítico conservador, demitindo o bispo Joseph E. Strickland, do Texas, quando este se recusou a renunciar após uma investigação.
Questo è il testo del decreto che mi è stato inviato via email oggi alle 13:14 ora italiana. Ciò che mi è imputato come colpa per la mia condanna è ora messo agli atti, a conferma della Fede Cattolica che integralmente professo.https://t.co/p0ITQKHL3C
Ai miei Confratelli dico:… pic.twitter.com/F8F0rVKA4X
— Arcivescovo Carlo Maria Viganò (@CarloMVigano) July 5, 2024