Após trocar a pregação do evangelho centrada na pessoa de Jesus Cristo pela militância político-partidária, centrada em Luiz Inácio Lula da Silva, o pastor Ariovaldo Ramos decidiu escrever mais um capítulo em sua biografia de alguém que luta contra a “elite brasileira”.
Repetindo os mesmos mantras entoados pelos defensores do ex-presidente Lula, condenado em duas instâncias judiciais por lavagem de dinheiro e corrupção, Ariovaldo Ramos discursou na frente da sede da Polícia Federal, em Curitiba, após visita ao presidiário na última segunda-feira (25).
“A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito é o movimento dentre os evangélicos que mais cresce”, disse Ariovaldo, exaltando o movimento de esquerda liderado por ele que mistura ideologia política com o Evangelho de Cristo.
Para o líder pastoral da esquerda protestante brasileira “os eleitores evangélicos em favor do governo Lula crescem cada vez mais”. “Tenho certeza que verei o triunfo do presidente”, destaca Ariovaldo, defendendo que Lula está sofrendo “perseguição política” e que, portanto, “não há provas” contra ele.
O nós contra eles
O pastor Ariovaldo deu muita ênfase ao discurso mais comum entre os que seguem a ideologia comunista, que é o conceito da luta de classe. Para ele, a suposta perseguição sofrida por Lula é fruto do “ódio da elite contra o pobre” e das “oligarquias” que dominam o país.
Ariovaldo, então, lembrou da sua fé, dizendo que estará “pedindo que o Espirito Santo de Deus intervenha em favor da liberdade [de Lula], em favos dos pobres e em favor da nação brasileira”.
“Tenho certeza que verei o triunfo do presidente”, disse Ariovaldo, que em seguida fez uma associação espantosa do ponto de vista teológico, sugerindo que Lula teria uma função semelhante a de um líder espiritual, ao falar que o petista deve continuar o seu “sacerdócio, sua vocação de prestar serviço aos vulneráveis e de levar ao Brasil a mensagem da igualdade e da justiça, na qual nós evangélicos acreditamos”.
Por fim, Ariovaldo Ramos deixou implícito em sua fala o que parece ser, na verdade, a real intenção de Lula e seus defensores. Isto é, não tem a ver com o cumprimento da justiça, já que eles mesmos rejeitam a decisão judicial brasileira contra o petista.
Tem a ver com a conquista do poder e a consequente possibilidade de poder determinar o que é ou não justiça: “Nós vamos descansar quando retomarmos o Palácio do Planalto”, disse ele. Assista: