Uma caverna descoberta na Jordânia anos atrás foi novamente apontada por arqueólogos como o local do primeiro templo cristão, com cerca de dois mil anos de idade. As ruínas ficam sob as fundações da Igreja de São Jorge, em Rihab, Jordânia, próximo à fronteira com a Síria.
O líder da equipe de pesquisadores, Abdul Qader al-Hassan, coordenador do Centro de Estudos Arqueológicos de Rihab, afirmou que o local pode ter passado a ser usado como templo cristão logo após a crucificação de Jesus Cristo.
“Desenterramos o que pode ser a igreja mais antiga do mundo, datando entre 33 e 70 d.C.”, afirmou, comemorando a descoberta que é embasada por evidências de que “esta igreja abrigou os primeiros cristãos, muito provavelmente entre os 70 discípulos de Jesus Cristo”.
De acordo com informações das agências internacionais, os arqueólogos encontraram uma inscrição que faz referência aos “setenta amados por Deus”. “[Isso é] fascinante”, frisou al-Hassan, em referência ao grupo mencionado no livro de Atos dos Apóstolos.
Estes 70 discípulos foram perseguidos em Jerusalém e fugiram para a região que hoje é o nordeste da Jordânia. A área contém, dentro do que se sabe atualmente, aproximadamente 30 locais de culto cristão. A Igreja de São Jorge, edificada em 230 d. C., é a mais conhecida mundialmente.
O templo subterrâneo abaixo da Igreja de São Jorge é reclamado pela Igreja Ortodoxa da Jordânia, maior grupo cristão do país. A caverna servia para os fiéis se esconderem dos soldados do Império Romano, e tem uma área circular com assentos talhados na rocha.
“A única divisão que separa o altar da área pública é uma parede com uma entrada […] A caverna possui também um túnel profundo, que devia conduzir a uma fonte de água”, comentou o arqueólogo.
Archimandrite Nektarious, bispo da Arquidiocese Ortodoxa Grega, considera a descoberta “um importante marco para os cristãos do mundo inteiro”, e a comparou a outro templo de grande importância histórica para o cristianismo: “Semelhante a esta, tanto na forma como no propósito, só em Tessalônica, na Grécia”.
Como a Jordânia hoje é um território de maioria muçulmana, os estudos da caverna – descoberta em 2008, segundo informações do Jordan Times – foram atrasados. Há também enorme dificuldade de promoção turística do local, o que dificulta o financiamento dos estudos sobre o templo.