Um novo livro de um ex-integrante do governo americano afirma que assessores políticos do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ridicularizavam, em conversas privadas, líderes evangélicos tidos como importantes aliados do governo.
O autor do livro, David Kuo, um ex-integrante do programa de Iniciativas Baseadas na Fé, da Casa Branca, disse que os assessores reconheciam a importância política dos líderes religiosos por causa de sua influência sobre vastos grupos de eleitores.
A Casa Branca refutou as afirmações de Kuo. O Partido Republicano teme que elas possam prejudicar as eleições parlamentares em novembro.
Alarme
A poucas semanas do que prometem ser eleições bastante disputadas para renovar parte do Senado e toda a Câmara dos Representantes, os republicanos não podem se permitir a perder o apoio de sua base evangélica cristã.
Por isso, as afirmações feitas no livro de David Kuo causaram alarme na Casa Branca.
Kuo alega que, em particular, assessores próximos de Bush descreviam os líderes evangélicos como “loucos” e “estúpidos”, enquanto admitiam seu uso político para garantir vitórias eleitorais.
O porta-voz da Casa Branca Tony Snow negou as acusações, dizendo que “essas pessoas são amigos nossos aqui da Casa Branca, não se fala deles desse jeito”.
“Quando (o presidente) fala sobre a Iniciativa Baseada na Fé, esta é uma das coisas em que ele acredita há anos e anos… isto será uma de suas realizações –
trabalhar com a força da fé para lidar com alguns dos problemas mais intratáveis que a nossa sociedade enfrenta”, disse o porta-voz.
Os republicanos já andavam preocupados com a renúncia do deputado Mark Foley, por causa de e-mails impróprios enviados a funcionários adolescentes bolsistas no Congresso. Eles temem que o caso tenha motivado parte dos conservadores religiosos a mudar seu voto.
Este livro tem potencial para deixar a situação ainda pior.
Fonte: BBC Brasil