UZBEQUISTÃO – Os cristãos estão enfrentando mais opressão e mais incertezas no Uzbequistão, localizado na Ásia Central, ao norte do Afeganistão. Sete dias depois que Bobur Aslamov foi detido durante uma invasão a uma reunião religiosa em Samarkand, o paradeiro dele permanece desconhecido. Membros da igreja dele temem uma acusação criminal e oram pela segurança dele.
A polícia bateu em alguns fiéis durante a invasão. Funcionários do Departamento de Justiça e da polícia secreta invadiram uma congregação da Igreja do Evangelho Pleno em Tashkent, no último dia 9 abril, um pouco antes do Departamento de Justiça protelar um pedido de funcionamento da congregação. Cinco membros da igreja vão enfrentar penalidades administrativas.
No meio de ataques da mídia contra as comunidades religiosas, batistas contestaram a cobertura da televisão regional sobre uma invasão policial em março. “Este programa ajudou a incitar a sociedade contra os membros da igreja”, disseram. “E tudo isso está sendo minimizado como um desafio à lei.”
Begzot Kadyrov, do Comitê para Assuntos Religiosos do governo, se recusou a discutir esse assunto e um outro caso recente de molestamento de comunidades religiosas. “Não nos perturbe com perguntas estúpidas sobre liberdades religiosas”, disse ele de forma ríspida.
Classificação de países por perseguição
O Uzbequistão ocupa o 9º lugar na Classificação de países por perseguição elaborada anualmente pela Portas Abertas.
Como há poucas igrejas registradas, muitos cristãos têm de se reunir em casa e em segredo, sob a constante ameaça de prisão por atividade religiosa ilegal. As batidas policiais são comuns e, com freqüência, levam à prisão, ao espancamento e até mesmo à tortura de cristãos, bem como à destruição da literatura cristã e de outros materiais cristãos que possuam.
Os cristãos uzbeques, em especial, sofrem pressão para se converter ao islamismo. A mídia promove com regularidade debates contra os cristãos, e isso faz com que aumente a intolerância da sociedade. Foi organizada uma caçada nacional para prender um líder cristão do Karakalpaquistão (na região noroeste do Uzbequistão).
Em março de 2007, o pastor de uma igreja carismática de Andijon foi sentenciado a quatro anos em um campo de trabalhos forçados. Outro cristão protestante foi sentenciado a dois anos de trabalhos forçados e teve 20% de seu salário direcionado para o Estado. Em dezembro de 2007, por ocasião da reeleição do presidente Karimov, ele foi anistiado.
Fonte: Portas Abertas