A igreja deve trabalhar focada nas causas da crise social, econômica e políticas da sociedade e não só lutar contra as manifestações dessa crise, disse o superintendente para a América Central da Igreja de Deus do Evangelho Completo, pastor Roberto Aldana.
“A contribuição da igreja não foi a desejada e, por isso, falhamos, algo anda mal, mas Deus nos ama e decidiu glorificar-se nesta igreja”, criticou o líder evangélico.
Na sexta-feira, 11 de abril, 50 mil pessoas viajaram para representar 250 mil membros das diferentes igrejas locais, provenientes de 22 departamentos e de 333 municípios. Essa grande delegação esteve reunida desde as sete da manhã para celebrar os 75 anos da Igreja de Deus do Evangelho Completo, no Estádio Nacional “Mateo Flores”, na capital.
Entre os preparativos para a celebração esteve o trabalho de levantar novas congregações para apresentar como oferenda a Deus. A iniciativa resultou na adesão de 374 novas congregações, cada uma com o seu obreiro. Durante a celebração foi realizado um desfile de homens e mulheres vestidos com seus trajes típicos, representando as comunidades maias.
A palestra principal do encontro esteve a cargo do pastor Roberto Aldana. Ele fez um chamado aos participantes para que construam uma igreja viva, como no primeiro Pentecostes, porque o Espírito de Deus segue movendo-se e, portanto, manifesta-se constantemente.
O pastor também enfatizou “que a igreja deve enfrentar os desafios de hoje para manter a unidade no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, acrescentando que “os pastores não devem procurar comodidade, mas servir para que o Espírito Santo cative este mundo”.
Aldana reconheceu que a crise moral, social e econômica está se agravando, alertando que a igreja não está isenta deste cenário. Ele lembrou que na Guatemala “ocorrem 14 assassinatos e 200 assaltos todos os dias e que 64% da população estão vivendo em situação de extrema pobreza, totalizando 33% o percentual de desempregados, com 600 gangues juvenis que têm aterrorizado a população”.
Também destacou que em mais de 13 municípios há fome com um alto grau de desnutrição infantil, situação que não permite que as crianças dessas localidades se desenvolvam fisicamente, emocional e intelectualmente.
O religioso questionou os dados estatísticos que indicam a existência de “4,5 milhões de guatemaltecos cristãos evangélicos”. Se esses números correspondessem à realidade, disse, “seria a mesma quantidade de luz, de sal para preservar esta sociedade, dar-lhe sabor; e se assim fosse a Guatemala não teria por que estar nas trevas”.
Fonte: ALC