A cantora e “popstora” Baby do Brasil afirmou que gostaria de ser presidente da República um dia, e que chegou a temer pela democracia com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), mas que agora acredita que o o presidente é um “homem de Deus”.
As declarações de Baby do Brasil, 66 anos, em geral causam sempre rebuliço por conta de suas ideias heterodoxas sobre a vida, teologia e vida em geral. Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a cantora definiu o atentado contra Bolsonaro como uma “bendita maldita facada”.
“Eu temi muito que a democracia pudesse acabar [se Bolsonaro vencesse]. Mas hoje eu tenho certeza, no meu coração, que ela não acaba.Quando vi que o presidente levou aquela facada, eu falei ‘Meu Deus’. Mas pensei: ‘Ele vai ter um encontro com Deus muito forte’”, afirmou Baby do Brasil, mãe da também pastora Sarah Sheeva, da cantora gospel Nãna Shara, do guitarrista Pedro Baby e outros três filhos: Zabelê, Krishna Baby e Kriptus Baby, todos do casamento com Pepeu Gomes.
“E vi que aconteceu algo dentro daquele homem. Eu tenho confiança de que ele teme a Deus e que vai tomar decisões primeiro falando com Ele. Bendita daquela maldita facada! Hoje, ele pra mim é um homem de Deus, com todos os erros que ele pode ter”, acrescentou.
Ela revelou que na última eleição votou em Marina Silva (Rede) no primeiro turno, e se absteve no segundo. “Não me identifico totalmente com partidos, mas sim com soluções”, explicou.
Os devaneios, comuns a Baby do Brasil, se fizeram presentes nessa entrevista: “Eu amaria ser presidente da República um dia, mas eu jamais seria [risos]. É tanto veneno pra tanto lado que eu não conseguiria viver no meio”, avaliou.
Famosa por ter integrado o grupo Novos Baianos no fim dos anos 1960, a artista se posicionou contra as drogas: “A droga detona o ser humano, e a minha geração caiu de cabeça na maconha. Quem poderia imaginar que aquela planta ia deixar as pessoas com menos neurônios? Eu já vi várias pessoas ‘esquizofrenizarem’ e não voltarem nunca. É perigoso? É delicado? É. Você pode dançar? Pode. Vários amigos dançaram”, afirmou.
No entanto, se diz favorável ao debate sobre a legalização das drogas, pois em sua visão, dessa maneira pode haver maior conscientização sobre os males das substâncias: “A legalização, por um lado, tem importância. A informação da droga precisa ser mais inteligente, sábia, para que a gente possa construir um novo paradigma e as pessoas consigam sair dessa história de uma maneira saudável”, opinou.
“No começo do ano, vai sair meu CD de inéditas e, até o final, um documentário sobre a minha vida. Também quero escrever um livro chamado ‘Não Vai Ter Bunda-Mole no Céu’. Só casca grossa [risos]”, finalizou Baby do Brasil.