Manny Pacquiao, o boxeador evangélico que atraiu a fúria da militância LGBT por se comprometer com a visão bíblica a respeito da homossexualidade, afirmou que irá se candidatar à presidência das Filipinas.
Sempre contundente em suas manifestações, o boxeador evangélico afirmou que irá centrar sua campanha política no combate à corrupção e que se for eleito, irá criar uma “mega-prisão” para corruptos.
“Chegou o momento, estamos prontos para enfrentarmos o desafio”, declarou o atleta de 42 anos a respeito das eleições 2022 em seu país. Ele será candidato por uma ala dissidente do partido do presidente Rodrigo Duterte.
Manny Pacquiao é detentor de um feito singular na história do boxe: foi campeão do mundo em oito categorias de peso diferentes e é uma fonte inesgotável de orgulho para os filipinos, segundo informações do portal Swiss Info.
Fé
Em 2012, quando foi derrotado pelo mexicano Juan Manuel Márquez, sua mãe afirmou que o revés era um castigo por ter abandonado o catolicismo e se convertido ao protestantismo.
Em 2010, ele já havia sido eleito deputado, e em 2016, foi eleito senador. Defensor da pena de morte para crimes violentos, irritou a militância LGBT por defender a visão bíblica sobre a homossexualidade. Mas, nada disso fez sua popularidade cair em seu país.
Já em 2019, após vencer uma luta em Las Vegas contra Adrien Brone, ele contou seu testemunho em rede nacional nos EUA: “Deus me trouxe de volta ao Seu reino para ser um instrumento, para glorificar Seu nome, para que as pessoas saibam que existe um Deus que pode levantar as pessoas do nada e dar-lhes algo precioso”, disse ele.
“Minha força vem de Deus. Espero que vocês estejam felizes pelo meu desempenho. Eu realmente fiz o meu melhor em 40 anos”, completou ele na ocasião.
O boxeador evangélico é conhecido por sua generosidade e também por suas superações no caminho para o sucesso no esporte, já que nasceu em um contexto de pobreza extrema.
A política
A plataforma política que se compromete por enviar “centenas ou milhares” de políticos corruptos para uma “mega-prisão” construída especialmente para eles, não se resume a isso: “A todos que me perguntam quais são minhas competências e aptidões, eu pergunto a vocês: por acaso já sofreram por passar fome?”, questionou.
“Vocês sabem o que é não ter nada para comer, ter que pedir dinheiro emprestado aos seus vizinhos ou esperar para pegar os restos de um restaurante? O Manny Pacquiao que está na frente de vocês foi moldado pela pobreza”, acrescentou.
Em recente entrevista, o boxeador evangélico declarou que irá manter a política de baixa tolerância contra o tráfico de drogas, mas pretende fazer isso de forma “limpa, [sem violar] os direitos dos indivíduos”.
Como nas Filipinas não há previsão constitucional de reeleição, é provável que a adversária de Manny Pacquiao na disputa pela presidência seja a filha do atual mandatário, Sara Duterte.