A Copa do Mundo da Rússia começa no próximo dia 14 de junho, mas o interesse da população em geral parece estar abaixo de anos anteriores. Esse comportamento pode ser um indício de mudança de mentalidade da população brasileira, e o pastor Renato Vargens produziu um artigo analisando o cenário atual.
No texto, o pastor da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ), destaca que o clima no país em relação à Copa do Mundo este ano é muito diferente dos anos anteriores, quando as ruas eram enfeitadas para a disputa do principal torneio de futebol do mundo.
“Sou de uma época em que em dias de jogos do Brasil, o país parava para comemorar uma vitória, ou chorar uma derrota, isso sem falar nas ruas que ficavam completamente decoradas para a maior festa do futebol mundial. Hoje, véspera da Copa da Rússia, as ruas não estão enfeitadas, e muito menos o brasileiro encontra-se animado com os jogos da seleção”, contextualizou.
Vargens cita que “pesquisas chegam a afirmar que 68% da população não está nem aí para a Copa da Fifa”, o que por si só já seria um indício de que o brasileiro mudou sua perspectiva em relação à importância do evento.
Confira a lista de quatro motivos que podem estar influenciando no comportamento do brasileiro em relação à Copa: “Parece que o brasileiro está começando a se cansar da política do pão e do circo”, afirmou o pastor, referindo-se ao fato de que, por muitos anos, o povo se distraía com o esporte enquanto as autoridades disfarçavam problemas ou impunham medidas questionáveis.
“A corrupção existente no Brasil que contribuiu com a construção de estádios superfaturados para a Copa de 2014, bem como a desonestidade dos políticos envolvidos com a Copa passada, desestimulou o brasileiro”, relembrou Vargens, citando o evento que ficou popularmente marcado na memória como a “Copa do 7×1”.
“O entendimento por parte do povo brasileiro que a conquista por parte da Seleção não poderá promover mudanças sociais no país”. A sociedade, que desde 2013 vêm realizando maciços protestos contra a corrupção e incompetência de autoridades, parece estar num processo de amadurecimento e ciente de que o “circo” não ajuda a nação a prosperar.
Por fim, Renato Vargens afirmou que o “povo brasileiro está entendendo que futebol e Copa do Mundo são muito menos importantes do que políticas públicas sérias”, o que diminui a mobilização antes dos jogos.
É provável que, durante os jogos, as famílias se reúnam para assistir a Seleção de Tite em campo, mas o atual comportamento parece ser um recado claro de que o que é fútil precisa ser tratado dessa forma.