A senadora licenciada e candidata à Presidência da República Marina Silva (PV) reconheceu, ontem, em sabatina para uma rede de TV, que sente um “estranhamento” das pessoas em relação a sua religião. Marina é evangélica e ao longo de todo o programa teve de enfrentar questões sobre temas polêmicos, como a descriminalização das drogas, aborto e o casamento gay.
“Sinto um certo estranhamento das pessoas. Seria hipócrita se dissesse que não tenho sentido isso nesse processo. Eu, que sempre combati o preconceito contra as pessoas”, disse, respondendo a uma pessoa da plateia que perguntou se a senadora enfrentava problemas em sua campanha por ser evangélica. A senadora lembrou ainda que o Brasil é um estado laico e afirmou que, em sua avaliação, um presidente precisa respeitar essa característica. Segundo dados do Instituto Datafolha, os evangélicos são detentores de um quarto do eleitorado brasileiro, contra 61% dos católicos.
Marina voltou a afirmar que é contra o casamento gay, mas a favor da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Quanto à adoção por casais homossexuais, Marina afirmou que é favorável ao que os técnicos decidirem, sempre em prol da criança. “Eu não faço aquele jogo de ir às igrejas e dizer uma coisa e ir às comunidades gays e dizer outra”, defendeu. A senadora também reiterou sua posição contrária em relação a aborto e à descriminalização das drogas.
A prática religiosa com o uso de alucinógenos, como o Santo Daime, muito comum na Região Amazônica, em estados como o Acre, onde nasceu a senadora, também foi tema da sabatina. “É uma prática religiosa. Tirada do contexto, pode criar problemas”, avaliou Marina.
Fonte: Correio Braziliense / Gospel+