O jornalista Oswaldo Eustáquio, alvo de uma investigação no “inquérito das fake news” realizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, concedeu uma entrevista e falou sobre os dez dias que foi mantido preso temporariamente, e citou as passagens bíblicas de Mateus 6 e Isaías 9.
A primeira entrevista após sair da cadeia foi concedida ao programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan. Oswaldo Eustáquio afirmou que suas críticas ao STF nunca foram no sentido de fechar a instituição, mas para que os ministros fossem trocados por sua postura ao longo dos últimos anos.
Evangélico, Oswaldo Eustáquio disse que é um conservador e por sua jornada de fé não poderia ser diferente, e sempre deixou isso claro em sua atuação profissional, como forma de contextualizar seus pontos de vista para quem acompanha seu trabalho.
Os jornalistas José Maria Trindade, Guilherme Fiuza e Victor Brown, além da comentarista convidada Ana Paula Henckel, expressaram indignação com a medida de censura prévia imposta por Alexandre de Moraes, que determinou a soltura de Eustáquio por falta de elementos para mudar a prisão de temporária para preventiva, mas o proibiu de usar as redes sociais, principal ferramenta de trabalho do investigado.
Victor Brown, então, questionou sobre o futuro profissional do jornalista: “Como é que você vai fazer para trabalhar a partir de agora? As redes sociais são uma ferramenta tua, e com essas proibições que foram impostas pelo Supremo Tribunal Federal, como você vai se manter daqui para frente? Como você vai trabalhar? Existe uma previsão de quanto tempo duram essas medidas impostas pelo Alexandre de Moraes? Ou elas foram determinadas sem prazo para acabar?”.
“Foram determinadas, a princípio, sem prazo para acabar. Eu não sei quanto tempo elas vão durar. Tudo nesse processo é estranho, fora do comum. Veja, não há crime. Eu não sou acusado de nenhum crime; Segunda situação: eles me prenderam, fizeram busca e apreensão na casa da minha esposa, na minha casa, no hotel onde eu estava, em trânsito, e não descobriram nada. Porque não descobriram nada? Porque não há nada”, contextualizou o jornalista.
“Eu não posso trabalhar nesse momento, porque eles cercearam meu meio de comunicação, eles não deixam eu falar. O sustento da minha casa, que vem pelo meu trabalho, nesse período está impedido. Eu não tenho ferramentas para trabalhar”, acrescentou.
Quando encaminhava o fim de sua resposta sobre a situação que está passando, testemunhou sobre sua fé: “A nossa geração, a minha geração, a tua, foi chamada para mudar a história do nosso país. Eu acredito que a minha resposta à sociedade, meu futuro profissional, vai ser com jornalismo profissional, aquilo que eu aprendi a fazer. Hoje eu não tenho nada, Victor. Não tenho nada, mas eu creio que se até os lírios dos campos têm o que vestir, se até os passarinhos têm o que comer, eu creio que Aquele Deus que eu tenho, o Altíssimo, que é chamado maravilhoso, conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, príncipe da paz, vai prover meios para, depois que eles tentaram me calar – eu só tinha um celular e um computador –, vou montar um grande estúdio aqui em Brasília, para fazer jornalismo profissional”.
“Eu sou um editor de imagens profissional, finalizador, e agora eles vão conhecer o que é jornalismo profissional, que veio lá do interior do Paraná. Vou fazer jornalismo profissional, que me formei para fazer”, reiterou.
Confira a íntegra da entrevista: