O livro best-seller Cinquenta Tons de Cinza, considerado por muitos uma literatura pornográfica para mulheres, devido aos termos usados pela autora E. L. James para ilustrar o romance picante contado no livro, tornou-se alvo de debates no meio cristão.
Preocupados se o livro poderia acabar prejudicando o casamento de casais cristãos, líderes do Seminário Teológico Batista do Sudoeste promoveram uma reunião a portas fechadas entre mulheres, para que estas discutissem sobre o que o livro trata e de que forma ele pode, ou não impactar no cotidiano de casais cristãos.
Terri Stovall, diretora do programa feminino do seminário de Forth Worth, no estado norte-americano do Texas, afirmou ao Huffington Post que a grande dúvida que paira é sobre o conteúdo do livro: “Acredito que o que elas estão perguntando é se o livro é realmente pornografia. Entendemos que sim, pois ele cria imagens na sua cabeça”.
Porém, segundo Stovall, ignorar o fenômeno literário não é a melhor atitude para as lideranças: “Se elas não sabem disso e não podemos abordar o tema, elas poderão ser surpreendidas”, ressaltou. No livro, há referências a fetiches sexuais de escravidão, servidão, dominação, sadismo e masoquismo.
Apesar de o enfoque de Terri Stoval ser a prevenção à surpresa, outras lideranças enxergam o livro como uma possibilidade de proporcionar a casais cristãos uma conversa sobre vida sexual saudável.
A escritora Shannon Ethridge afirmou, numa entrevista à revista da Associação Americana de Conselheiros Cristãos, que é possível, através do livro, ajudar casais na área sexual: “Eu não acredito que a fantasia sobre o cônjuge no casamento seja pecaminosa, mas pode significar um relacionamento sexual saudável. No entanto, fantasiar sobre outros indivíduos que não o cônjuge – incluindo personagens fictícios, não é saudável ou santo”, enfatizou.
Shannon está lançando um livro que funciona como uma resposta aos livros da trilogia Cinquenta Tons de Cinza, intitulado “The Fantasy Falacy”, que será publicado pela editora Thomas Nelson, e ainda sem título em português.
Segundo ela, também não é recomendável que as mulheres digam a seus maridos o que fazer, dizer ou tocar durante o sexo, pois isso seria uma reprodução do que o personagem principal do livro faz.
Na opinião de Mimi Haddad, presidente da associação Igualdade Bíblica para Cristãos, “encontrar a excitação sexual através da dominação da esposa, independentemente de quem você é, é extremamente saudável”. Para ela, o livro bíblico de Cantares de Salomão, seria uma alternativa ao livro, pois sugere que a mulher pode tomar a iniciativa no relacionamento sexual.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+